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Criptorquidia causa infertilidade no homem: verdade ou um mito?

Por Redação Doutíssima 21/08/2014

Ela é um dos distúrbios genitais mais comuns em meninos, mas ainda é pouco difundida. A criptorquidia é uma doença onde um ou os dois testículos não descem para a bolsa escrotal, ficando presos no abdômen inferior ou na região da virilha. Sua principal complicação é a infertilidade, que pode se apresentar na vida adulta.

A complicação é congênita, ou seja, está presente desde o nascimento. Os testículos, que se formam no abdômen, migram naturalmente para o saco escrotal nos últimos meses da gestação e passam pelo canal inguinal. A criptorquidia acontece quando alguma hérnia ou anomalia obstrui esta passagem.

criptorquidia

Cirurgia na criança pode corrigir a criptorquidia assim que ela for detectada. Foto: Shutterstock

Criptorquidia não apresenta sintomas visíveis

Tumores e esterilidade são as principais complicações decorrentes da doença. Um dos grandes problemas do distúrbio é que ele não apresenta sintomas e só pode ser percebido através de um exame clínico de toque. Nem sempre o testículo retido fica visível no local onde está e seu deslocamento é notado apenas pelo esvaziamento do saco escrotal.

 

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A criptorquidia é conhecida popularmente como doença dos testículos não descidos e atinge cerca de 2% dos bebês do sexo masculino que passam por uma gestação completa. Porém, em crianças de nascimento prematuro, o defeito é mais comum. Quanto mais prematuro for o bebê, mais ele corre o risco de sofrer com a anomalia.

Cerca de 20% dos portadores de criptorquidia veem a doença se resolver até o primeiro ano de vida. A descida dos testículos ocorre de forma natural nestas crianças, que não precisam passar pela cirurgia pediátrica. Mas nem todos os casos se resolvem desta forma, e para estes é indicada a intervenção cirúrgica.

Cirurgia pode resolver a criptorquidia

Antes de realizar a cirurgia, é feito um tratamento com gonadotrofina coriônica (hCG). Ela estimula o amadurecimentos dos testículos, auxiliando na migração. Se o tratamento não é suficiente, o procedimento cirúrgico é utilizado para liberar o testículo das aderências que o retiveram no abdômen, facilitando para que o cordão espermático conduza-o à bolsa escrotal.

O tratamento deve ser procurado com urgência quando a criptorquidia for detectada. Além de causar dificuldades na fertilidade, a doença ainda é responsável por alguns casos de câncer. Se a correção cirúrgica for feita assim que detectada a anomalia, os riscos cancerígenos diminuem – no caso de adiamento prolongado, porém, nem ela pode prevenir as complicações.

A cirurgia é simples e permite que a criança vá para casa no mesmo dia em grande parte das vezes. É normal que o procedimento cause desconforto e algum sangramento nos primeiros dias. A criança não deve permanecer sentada nas primeiras quatro semanas após a correção e nem utilizar determinados brinquedos, para evitar lesões nos testículos.

O ideal é que você faça um exame de toque caseiro no seu filho. Apalpe o saco escrotal da criança para garantir que os testículos estejam na posição correta. Caso você encontre alguma anomalia, leve-o a um urologista ou pediatra. Se o seu filho possui criptorquidia e já passou pela intervenção cirúrgica, siga com o acompanhamento médico para garantir que os testículos estejam crescendo normalmente.

 

 

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