Pesquisa realizada na Suécia tenta descobrir se o histórico familiar traz maiores riscos ao desenvolvimento de câncer de mama, próstata e colorretal do que o estilo de vida.
Estudo sobre o câncer revela como a genética e o estilo de vida podem interferir no desenvolvimento da doença
O intuito era verificar como o histórico genético e o ambiente no qual as pessoas eram criadas impactavam o desenvolvimento de câncer. Como não havia relação genética entre os estudados e as famílias de criação, ficou mais clara a verdadeira extensão da influência biológica parental, de acordo com o estudo recém-publicado no European Journal of Cancer.
A pesquisa europeia relata que, quando os pais biológicos tiveram câncer, foi detectado um aumento de 80% a 100% das chances do surgimento em uma pessoa, em comparação com alguém cujos pais não tiveram a doença. Outra conclusão desse estudo sobre o câncer foi a de que não houve efeito nos filhos quando os pais adotivos desenvolviam os três tipos de câncer citados.
“Seria muito mais sensível, eficaz e econômico definirmos o risco de câncer baseado na história familiar. Hoje, já são conhecidos 26 genes que causam câncer de mama hereditário, sendo que essa investigação é inacessível à grande maioria das pessoas”, pontua o oncogeneticista José Casali.
Saiba como o estilo de vida e a genética interferem no desenvolvimento do câncer
Apesar de concordar com os resultados obtidos nesse estudo sobre o câncer; para os tipos de câncer estudados, Casali explica que cerca 50% de todas as formas da doença poderiam ser evitados com mudanças de hábitos ou estilo de vida. “Dieta inadequada e sedentarismo contribuem com 30% no risco de desenvolver câncer, principalmente de intestino. Considerando que um em cada dez casos são hereditários e que três em cada dez têm fatores genéticos, seria muito pertinente que todas as pessoas com história familiar de câncer tivessem uma orientação de prevenção personalizada”, diz o médico da Oncoclínica.
De acordo com o coordenador do estudo sueco, Bengt Zoller, os resultados da pesquisa e do estudo sobre o câncer não significam que o estilo de vida não é importante para o surgimento desses tipos de câncer, mas sugerem que os efeitos da genética e do histórico familiar são mais relevantes.
Através de um estudo sobre o câncer, descubra o papel da genética no desenvolvimento da doença
Já para o oncogeneticista brasileiro e de acordo com o seu estudo sobre o câncer, o caso da atriz Angelina Jolie, que detectou uma mutação em teste, contribuiu para a divulgação dos exames de predisposição genética pela análise de DNA. “Em famílias como a dela, com casos recorrentes de câncer de mama, somente em 25% das vezes o traço genético pode ser identificado nos genes, pois, na maioria das vezes, esses testes são negativos porque o ‘defeito’ genético está em outra parte do DNA”, conta Casali.