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Dores crônicas e o câncer

Por André Marques Mansano 19/02/2016

Sentir dor é algo comum na vida do ser humano, porém é necessário fazer um diagnóstico para definir qual a frequência e a intensidade com que essas dores surgem. Existem dois tipos: as agudas e as famosas dores crônicas. Sendo que a aguda quando não tratada de forma correta leva à dor crônica, tornando-se a própria doença do paciente.

As implicações dessa modalidade vão além do desconforto, comprometendo o bem-estar social e emocional do paciente. Há diferenças entre esses dois tipos de dores, a dor aguda é aquela que indica algum tipo de problema que está acontecendo no organismo ou que já tenha ocorrido recentemente. Já a dor crônica pode não depender da causa que a originou, existindo por si própria. Toda dor, mesmo que corriqueira, não pode ser encarada como algo normal e deve ser analisada, diagnosticada e tratada imediatamente.

Dores podem indicar câncer. Fotot: iStock

Dores podem indicar câncer. Fotot: iStock

A incidência de dor crônica em pacientes com câncer é extremamente alta. 73% deles dizem que sentem dores crônicas e, desses, 44% afirmam que essas dores são de forte intensidade. Alguns tipos de cranco causam mais dores do que outros. É o caso de pacientes com câncer de pâncreas. 95% deles relatam dores abdominais intensas, por exemplo. Por isso é necessária uma análise prévia de qualquer tipo de dor, principalmente na região abdominal.

Dores esquecidas

Os estudos apontam um dado preocupante: de 30% a 50% dos pacientes com câncer têm suas dores deixadas de lado. Vários motivos levam a isso, entre eles, a ideia de que as dores são algo esperado no paciente com câncer. Mas ainda há, a insegurança de alguns clínicos em prescrever analgésicos mais fortes, erro no diagnóstico (visto que nem toda dor em pacientes tem origem no câncer) e uma baixa taxa de encaminhamento para um especialista. Apenas 3% dos pacientes com dores relacionadas ao câncer são atendidos por um especialista em dor.

A Medicina Intervencionista da Dor é uma área de atuação médica que visa realizar diagnósticos e tratamentos, em pacientes com dores crônicas, através de procedimentos minimamente invasivos.  Ela pode auxiliar de forma significativa o controle das dores de pacientes com câncer.

No caso desses pacientes, o especialista em dor é especialmente indicado quando os medicamentos para controle da dor já não sejam tão eficientes ou quando onde os efeitos colaterais dos medicamentos sejam muito importantes.

O especialista no combate da dor se utiliza de técnicas para abolir a “inervação” do órgão afetado, ou seja, a distribuição de fibras nervosas no organismo. Isso pode ser feito através da aplicação de uma corrente de radiofrequência no nervo, por exemplo. Outra alternativa é feita através da infusão de fármacos diretamente na coluna, através do que chamamos de “Bomba de infusão de fármacos”.

Dr. André Marques Mansano, MD, Ph.D, FIPP é graduado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina. Recebeu do Instituto Mundial de Dor (World Institute of Pain) um título internacional denominado: “Fellow of Interventional Pain Practice”, em Budapeste. Médico Intervencionista da Dor na SINGULAR – Centro de Controle de Dor e no Hospital Israelita Albert Einstein / SP.  Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira (AMB). Membro do Comitê de Educação do “World Institute of Pain” e Membro da Sociedade Brasileira dos Médicos Intervencionistas em Dor. Site web: http://www.drandremansano.com.br/