Adotado como método diagnóstico desde o século II, o exame de urina fornece pistas importantes sobre diversas doenças sistêmicas, principalmente aquelas que acometem os rins e o sistema urinário, que podem ser perfeitamente apontadas no resultado de exame.
Indolor e de simples coleta, o procedimento é considerado menos penoso pelos pacientes, que preferem essa opção a se submeter a análises de sangue, que exige a perfuração com agulhas – algo assustador para muitas pessoas.
Resultado de exame em três categorias
Fatores como presença de leucócitos na urina, pH alterado, descrição de células epiteliais e existência de muco ou outras substâncias anormais podem indicar o desenvolvimento de alguma patologia no organismo e são facilmente detectados no resultado de exame, que se divide em três categorias, conforme apresentaremos a seguir.
1. Tipos de exames
A análise de elementos presentes na urina é realizada através de um ou mais dos três métodos existentes: urina de 24 horas, hoje quase em desuso, graças ao avanço de outras técnicas; urocultura, utilizado basicamente em gestantes e para identificar doenças urinárias específicas. E, o mais popular, por sua amplitude e versatilidade, denominado EAS (Elementos Anormais do Sedimento) ou urina tipo I.
2. Urina de 24 horas
Geralmente adotado para determinar a filtragem renal, a proteinúria e outras taxas urinárias, a análise da urina de 24 horas atualmente beira a extinção.
Isso tanto por sua realização complexa, quanto pelo fato de que novos procedimentos, mais simples, estão conseguindo alcançar o mesmo resultado de exame e oferecer informações que em outros tempos só eram obtidas através dela.
A nomenclatura deste método se deve ao fato de muitas vezes requerer a coleta de toda a urina produzida pelo paciente ao longo de exatas 24 horas, a fim de que seu volume total possa ser mensurado. No caso de enfermos hospitalizados, essa captação tende a ser automatizada, por via de uma sonda urinária.
3. Cultura de urina (urocultura)
A cultura de urina, cuja especialidade é a detecção de bactérias na corrente sanguínea, normalmente é requerida quando sintomas prenunciam o risco de alguma infecção urinária.
Nesses casos, o resultado de exame oferecido pelo método é o mais confiável, assim como em episódios de gestantes com suspeição de ataques ao feto por microorganismos. Diagnósticos desse tipo costumam ser complementados ainda por uma urinálise, realizada simultaneamente ou antes da urocultura.
4. EAS (urina tipo I)
O EAS é o teste mais simples e difundido, devido à quantidade de informações que pode oferecer. O resultado de exame é obtido através da análise de aproximadamente 50 ml do líquido, que é submetido a reações químicas nas chamadas tiras, cujas cores se alteram conforme a presença de determinadas substâncias.
Essas alterações são comparadas com uma escala-padrão de cor, através de equipamentos automatizados, que minimizam erros de interpretação e garantem a eficácia do resultado de exame. As análises químicas variam ligeiramente de um laboratório para outro, mas obrigatoriamente constam os seguintes itens:
– Densidade: valores baixos indicam hidratação excessiva, enquanto altos supõem desidratação
– pH: condições ácidas ou alcalinas referem formação de cristais
– Proteínas: resultado positivo indica excesso de abumina ou doença renal
– Glicose: sua presença é sintoma de glicosúria, relacionada ao diabetes
– Cetonas: sua existência na urina pode indicar falta de carboidratos ou diabetes
– Hemoglobina (hemácias): pode indicar hematúria ou destruição de tecidos musculares
– Esterase de leucócitos: inflamação urinária ou infecção bacteriana
– Nitritos: sua presença sugere infecção urinária
– Bilirrubina: indica doença hepática ou obstrução das vias biliares
– Urobilinogênio: presente em doenças hepáticas e destruição hemática.
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