A data de 24 de abril é lembrada como o Dia Mundial de Combate à Meningite. Mais do que nunca, reforça-se o alerta sobre os sintomas da doença. Dor de cabeça, febre alta, rigidez do pescoço, vômitos, moleza e manchas avermelhadas na pele podem ser sinais dessa condição grave, que preocupa autoridades médicas e população.
Causada por vírus, bactérias e fungos, a meningite tem diferentes tipos, porém os sintomas são parecidos, como explica o infectologista Artur Timerman, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Ele ressalta que conhecer os sintomas pode evitar sequelas e até a morte.
Essa doença é um processo inflamatório das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A meningite é causada por muitos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos.
As bacterianas e virais são os mais importante tipos de meningite do ponto de vista da saúde pública, devido à sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos.
“No Brasil a meningite é considerada uma doença endêmica. Desse modo, casos são esperados ao longo de todo ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e as virais no verão”, informa a pediatra Ana Paula Okubo Matsushita.
Em 2013, foram registrados no Brasil 18.602 casos da doença, sendo que 1.728 resultaram em morte.
Como se transmite a meningite
A transmissão da meningite se dá tanto por meio da via respiratória (tosse, espirro, beijo, contato direto com a saliva), quanto por intermédio da ingestão de água ou alimento contaminado.
“São muito variáveis as formas de contágio e as manifestações clínicas dos diferentes tipos de meningite, sendo importante ressaltar que em algumas pessoas pode haver infecção pelo mesmo vírus, bactéria ou fungo que tenha causado meningite em outra pessoa, sem que nela se manifeste o quadro clínico de meningite”, explica o infectologista Vasconcelos.
Existem alguns tipos de meningite que podem ser prevenidas com vacinas, como no caso de meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo b. A proteção é contra os tipos mais comuns de meningite, que comumente são as mais graves. As doses podem ser aplicadas em crianças e adultos.
A pediatra Ana Paula ressalta que existem alguns fatores de risco para meningite, como idade (a meningite viral costuma afetar crianças de 1 a 5 anos de idade e as bacterianas geralmente ocorrem em adultos), frequentar ambientes fechados e cheios de pessoas, e uma baixa imunidade (como portadores de AIDS, diabéticos e usuários de drogas injetáveis).
Sintomas da meningite
Os sintomas característicos de meningite são os seguintes: febre alta, náuseas e vômitos, dor forte de cabeça, dor no pescoço, dificuldades de encostar o queixo no peito, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo (sinal de que a infecção está se espalhando pelo sangue), confusão mental, intolerância à luz e ao ruído. Observe nos bebês se há moleira elevada, incômodo quando tocado, inquietação com choro agudo, rigidez corporal e convulsões.
Diante de qualquer um destes sinais, a pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital mais próximo. A meningite pode deixar sequelas graves, se não tratada, como perda de audição ou visão, comprometimento cerebral, coma e até a morte.
A doença pode ser combatida de diferentes formas, de acordo com o caso. “A meningite viral não tem um tratamento específico, sendo curada apenas com medicamentos sintomáticos, como antitérmicos, analgésicos e, às vezes, hidratação endovenosa. E a bacteriana é tratada com antibióticos específicos e medicamentos sintomáticos”, disse Ana Paula.
De acordo com a pediatra, as causas das meningites variam conforme a faixa etária, sendo mais comum a meningite viral em crianças de 1 a 5 anos e a bacteriana em crianças de 6 a 12 meses de idade e idosos. “Vale ressaltar que a meningite bacteriana em crianças reduziu muito após a introdução das vacinas no calendário básico de vacinação”, completa.
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