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Agressividade infantil: saiba como lidar com esse comportamento

Por Redação Doutíssima 21/07/2015

Quando ouvimos dizer que alguém é agressivo, a tendência é imaginar que se trata de uma pessoa de quem é melhor manter distância. É comum casos entre crianças serem mais difundidos e a agressividade infantil sempre ganha destaque. Assim, família e escola se dividem entre um dilema: como lidar com esse tipo de situação?

 

Primeiro, é importante saber que essa é uma característica do ser humano. Ser agressivo faz parte de nossa personalidade e, muitas vezes, é necessária para a sobrevivência. Acontece que, como ser racional, o homem tem a capacidade de frear esse tipo de instinto e raciocinar, pensando nas consequências em levar comportamentos agressivos adiante.

agressividade infantil

Ambiente escolar hostil e jogos podem desencadear agressividade em crianças. Foto: iStock, Getty Images

 

Agressividade infantil na primeira infância

Se pararmos para pensar e analisar a partir dessa ótica, podemos perceber que a agressividade infantil acompanha a criança desde seu nascimento.

“Na primeira infância, quando suga o peito para mamar, o bebê já está exercendo sua agressividade, ele precisa disso para sobreviver”, reflete a psicóloga Ana Beatriz Guerra Mello, professora da Universidade Feevale e membro da equipe de Planejamento Familiar da Prefeitura de São Leopoldo (RS).

Mas de acordo com a psicóloga, certamente existem outras abordagens quando se trata de agressividade infantil, e a principal está ligada ao comportamento. “Agressividade é aprendida, é num ambiente onde ela existe que a criança aprenderá a ser agressiva, tanto em casa quanto na escola ou em qualquer outro ambiente”, afirma Ana Beatriz.

E isso não está necessariamente ligado a uma casa em que os pais sejam agressivos entre si ou com a criança. É claro que esse modelo errado vai influenciar, mas a agressividade infantil pode ser desencadeada por um filme, por um programa de televisão e também por jogos.

“É claro que filmes ou desenhos dessa natureza podem ser assistidos, mas é necessário que haja uma mediação, alguém que explique o certo e o errado”, defende a professora.

Agressividade infantil é uma resposta a algo

No entanto, o modo como a criança recebe uma orientação ou ordem também tem forte poder no comportamento que pode gerar ou não agressividade. Acontece muito seguidamente, de acordo com Ana Beatriz, em situações nas quais enquanto o pai fala uma coisa, a mãe fala outra ou vice-versa.

E isso vale também na relação família-escola. Os pais precisam entender o que seus filhos fazem e aprendem na escola ao mesmo tempo em que a escola deve saber sobre a família. “No passado, não havia agressividade dentro da escola, os professores tinham autoridade e não tinha espaço para violência verbal ou física”, diz Ana Beatriz.

Mas hoje, segundo a psicóloga, ao mesmo tempo em que se ganhou um espaço para discussão, há casos em que a permissividade acaba por abrir caminho para a agressividade infantil. Assim, é preciso ter muito cuidado ao mediar episódios agressivos, saber identificar e controlar sua origem, ao mesmo tempo em que se mantém a autoridade e o afeto.

De acordo com Ana Beatriz, a agressividade não é um fator isolado, ela é uma resposta a algum tipo de abuso, é um mal necessário, mas quando transborda, precisa ser tratada.

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