Gestante

Eritroblastose fetal: como tratar a incompabilidade sanguínea

Por Redação Doutíssima 01/08/2015

eritroblastose fetal é uma doença hemolítica causada pela incompatibilidade entre o sangue da mãe e do recém-nascido. Ela leva à destruição de hemácias fetais e, sem tratamento, os fetos podem morrer ainda no útero.

 

Como acontece a eritroblastose fetal

Todas as pessoas têm um tipo sanguíneo, além de uma presença ou ausência de proteína no sangue, que é o agente Rh. No caso de ausência, diz-se que a pessoa é Rh – (negativo), se estiver presente, será Rh + (positivo).

eritoblastose fetal

Incompatibilidade de sangue entre mãe e feto precisa de acompanhamento médico. Foto: iStock, Getty Images

A mãe que for Rh – e o pai Rh + podem gerar um filho Rh +. Assim, o corpo da mãe pode considerar o bebê como inimigo.

“Parece esquisito, mas o bebê é um corpo estranho no corpo da mãe. E no caso da eritroblastose fetal, o corpo reage com anticorpos a essa ameaça”, explica o médico Nilton Alves, ginecologista e obstetra. Se os dois forem Rh +, não há problema.

A eritroblastose fetal acontece quando esse sangue da mãe entra em contato com o do filho. Nesse caso, o corpo dela considera que há uma incompatibilidade. Acontece então a hemólise, a quebra da hemácia do bebê. “Ele vai ficando inchado, hidrópico, e vai tendo várias alterações que levam ao sofrimento e pode levar até à morte”, relata Alves.

Diagnóstico e tratamento da eritroblastose fetal

Após o nascimento, a eritroblastose fetal ainda pode causar icterícia, anemia, dano cerebral, falência cardíaca e até morte do recém-nascido. Por isso, é importante um bom pré-natal. “Se diagnosticada a doença, a gravidez é considerada de risco e o monitoramento deve ser permanente, com a realização periódica do teste de Coombs”, alerta.

Segundo o médico, é difícil a eritroblastose fetal ocorrer na primeira ou segunda gravidez, embora não seja impossível. “A mulher vai se sensibilizando numa primeira gravidez, numa segunda e a partir de uma terceira gravidez pode ocorrer a doença”, diz.

A partir do acompanhamento da gestação, o médico terá que decidir até quando levar a gravidez ou optar por uma cesariana. Alves pondera que o procedimento se torna necessário em função de o feto já ter patologias dentro do útero. “Muitas vezes, o bebê está sofrendo e com menos força e condições de enfrentar um parto normal”, esclarece.

Segundo Alves, quando a criança nasce, faz-se a tipagem para descobrir o tipo de sangue do bebê. Se for negativo, é o mesmo sangue da mãe, então não há problema. Se for positivo, o prazo é de até 72 horas para fazer a vacina. E o mesmo ocorre com o próximo bebê que ela tiver.

A vacina é um tratamento para retirar a sensibilidade da mãe para essa troca de sangue e produção de anticorpos – que acontecem na placenta por meio da administração de gamaglobulina anti-Rh.

O médico acrescenta que em geral, o Brasil já possui tratamento igual ao de primeiro mundo para eritroblastose fetal. “Nas grandes cidades, o protocolo é o mesmo. Podemos ter problemas de hotelaria, mas o resto é igual”, completa.

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!