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Agência reguladora dos EUA aprova estimulante sexual feminino

Por Redação Doutíssima 19/08/2015

A história do viagra é cercada de estudos e polêmicas. A pílula destinada a tratar a impotência masculina foi autorizada em 1998 nos Estados Unidos, pelo Departamento de Medicamentos e Alimentos. Agora, 17 anos depois, uma nova droga promete outra revolução: a agência reguladora acaba de aprovar o primeiro estimulante sexual feminino.

Depois de ter sido rejeitada duas vezes pelo departamento, a substância flibanserina, destinada a estimular a libido feminina, foi sancionada para comercialização nesta semana. Essa é, portanto, a primeira alternativa de tratamento para mulheres com algum nível de disfunção sexual. Segundo estimativas, o problema aflige cerca de 30% delas no mundo inteiro.

De acordo com as informações disponíveis no site da agência reguladora sobre o teste clínico da droga, as mulheres que tomaram o remédio relataram ter tido 4,4 experiências sexuais satisfatórias, contra 3,7 no grupo que consumiu placebo.

estimulante sexual feminino doutissima shutterstock

Estimulante sexual feminino será bem diferente do já comercializado viagra masculino. Foto: Shutterstock

 

Estimulante sexual feminino: como funciona?

As propriedades da flibanserina, substância utilizada na composição do “viagra feminino”, foram descobertas por acidente. Inicialmente, ela estava sendo testada para remédios antidepressivos, até que foram identificados os benefícios em relação ao aumento da libido.

É interessante lembrar que um fato semelhante ocorreu com a pílula azul masculina: ela foi idealizada acidentalmente, pois tinha sido desenvolvida com o propósito de combater a hipertensão. Os médicos alegam que a criação de um estimulante sexual feminino demorou mais devido à complexidade da libido das mulheres.

Mas o medicamento a ser comercializado com o nome de Addyi promete agir, especialmente, nos neurotransmissores responsáveis pelo desejo sexual feminino, apesar dos fatores subjetivos – como humor, estresse e confiança – que acabam sendo diretamente ligados aos estímulos para o sexo.

Por isso, o estimulante sexual feminino será bem diferente do viagra masculino. Enquanto a pílula tomada pelos homens aumenta o fluxo sanguíneo na região do pênis, estimulando a ereção, a versão para as mulheres atuará no sistema nervoso central, responsável por regular a libido.

Além disso, a forma de uso do medicamento também difere nos dois casos. Os homens tomam a droga antes do ato sexual, enquanto as mulheres deverão tomar a pílula diariamente durante seis meses até que possam perceber resultados.

Prós e contras da flibanserina

Ao que tudo indica, o uso do “viagra feminino” também será cercado de discussões. A própria agência reguladora de medicamentos dos EUA teve relutância em permitir a comercialização da droga. Ela só poderá ser adquirida sob prescrição médica e medidas adicionais para controle de riscos.

Outra questão importante se refere aos efeitos colaterais. Durante os testes da droga, cerca de 13% das mulheres tiveram de interromper o uso do medicamento devido a tonturas, sonolência, náusea e fadiga. Em casos mais extremos, ocorreram desmaios e alterações na pressão arterial.

Os riscos de perda de consciência ou hipertensão são intensificados quando o medicamento é ingerido após o consumo de álcool. Tão importante quanto os adendos anteriores, é destacar que o uso da pílula não faz milagres ou resolve todos os problemas relacionados à falta de desejo.

A libido feminina é complexa e a falta de desejo, naturalmente, não poderá ser solucionada exclusivamente pela Medicina. Por isso, caso você se encontre diante dessa situação, não hesite em procurar auxílio terapêutico.

 

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