Imagine a seguinte cena: crianças berrando, esperneando e chorando porque seus desejos não foram atendidos. Se você tem um filho, provavelmente já passou por essa situação, pois as birras na infância são comuns. Quando elas acontecem, os pais precisam encontrar maneiras de acalmar os pequenos. Nessa hora, a terapia do abraço é uma técnica eficaz.
Trata-se de uma forma de intervenção para lidar com os momentos de frustração das crianças. Durante as birras, a ideia é abraçar. Isso porque o abraço demonstra compreensão, cria afeto e segurança entre pais e filhos e proporciona sensações boas no corpo.
Terapia do abraço contra as birras
Primeiro, é importante que os pais saibam o porquê das birras infantis. Elas acontecem quando as crianças são contrariadas, ouvem um “não”. Nesse momento, a frustração aparece no comportamento: gritos, choros, pontapés, brinquedos sendo atirados no chão.
Por serem muito novas, as crianças expressam seus sentimentos dessa forma, afinal, ainda não sabem argumentar. Recorrem às demonstrações de fúria com o intuito de serem atendidas. É por isso que, quando os pais cedem às vontades dos filhos – mesmo que o “não” seja necessário – eles entenderão as birras como uma forma de conseguirem o que desejam.
Então, como os pais podem agir? A terapia do abraço é uma alternativa. A partir dela, é possível mostrar para a criança que ela não está sozinha e que suas frustrações são compreendidas, o que fortalece sua autoestima.
Como essa demonstração de carinho e suporte libera a oxitocina no corpo, que aumenta a sensação de felicidade, e a relação entre pais e filhos é aprimorada.
Benefícios do abraço
Não subestime o poder do abraço, pois ele é capaz de fazer alterações no funcionamento químico do cérebro e proporcionar benefícios ao corpo. A vantagem de utilizar essa forma de contato com os filhos é que, quanto maior a ligação afetiva entre as duas pessoas, mais eficaz é o abraço.
Até mesmo pesquisas comprovam seus benefícios. Segundo um estudo no estado de Rhode Island, nos Estados Unidos, o vínculo afetivo e forte que a mãe tem com o filho ajudar a reduzir o estresse dos pequenos, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades na vida adulta.
Além disso, de acordo com um estudo de 2014 da Carnegie Mellon Universite, nos Estados Unidos, os abraços atuam como uma espécie de “apoio social”, e o aumento da frequência com que eles ocorrem pode diminuir os efeitos do estresse – o que também protege contra doenças.
Não há motivos para não utilizar a terapia do abraço contra as birras infantis, não é mesmo?
Terapia do abraço com crianças autistas
Em um artigo para a revista Communication, da National Autistic Society, em 1989, o psiquiatra Michele Zapella e o pediatra John Richer propuseram a holding therapy, forma de intervenção para diminuir o isolamento social e aprimorar a comunicação, além de criar laços de união por meio de abraços em crianças autistas.
O método foi utilizado com base na terapia do abraço com 50 crianças autistas entre 3 e 15 anos, contando com a participação da família. Entre os pequenos, 74% apresentou resultados positivos.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!