Apontada como uma alternativa para o tratamento do câncer, a fosfoetanolamina tem rendido debates acalorados. Enquanto os estudos não são concluídos e a substância liberada, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) criou um site sobre o assunto. O objetivo é que a população possa acompanhar os avanços da chamada pílula do câncer.
Site apresenta pesquisas com fosfoetanolamina
A fosfoetanolamina como opção para o tratamento do câncer veio cercada de polêmicas. Isso porque a substância foi sintetizada e distribuída a pacientes pelo Instituto de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), antes mesmo do componente ser testado para avaliar sua segurança e eficácia.
Na internet, há quem questione se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realmente poderia proibir o uso da substância sintética para oncológicos, sendo que em 2011 já havia liberado outro medicamento em que ela era parte da composição.
Diante de tanto burburinho, a iniciativa federal decidiu financiar estudos para testar a sua eficácia. Ao todo, o MCTI deve receber R$ 10 milhões para custear as pesquisas. Do total, até agora já foram repassados R$ 2 milhões para os laboratórios envolvidos nos ensaios pré-clínicos.
A proposta também vem acompanhada da democratização dos resultados obtidos. Para isso, o MCTI lançou um site oficial, no qual serão compartilhadas todas as etapas e resultados alcançados.
Os testes pré-clínicos acabam de começar. De acordo com as informações do portal, nos próximos dias serão apresentados os primeiros resultados oficiais. A próxima fase será constituída pelos testes clínicos em células cancerígenas e em animais, para avaliar uma possível toxicidade da fosfoetanolamina em uso humano.
As pesquisas serão conduzidas no Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), no Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASSBio-UFRJ) e no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará.
O que é a fosfoetanolamina?
Sintetizada pela primeira vez em 1936 por Edgar Laurence Outhouse, na Universidade de Toronto, no Canadá, a fosfoetanolamina surgiu como uma luz no fim do túnel para pacientes com câncer. Nos início dos anos 1990, a substância começou a ser estudada por Gilberto Orivaldo Chierice, que integrava o Instituto de São Carlos, da USP.
Atualmente, a cápsula azul e branca feita a partir da substância vinha sendo produzida em um laboratório do mesmo instituto e distribuída aos pacientes que se aglomeravam no local, ainda que sem o registro da Anvisa.
Parte dessa movimentação em busca da pílula ocorreu porque, nas redes sociais, relatos de cura com o medicamento alimentaram a esperança de quem sofre com o câncer. Segundo os defensores da substância, apelidada de fosfo, ela teria o poder de fazer tumores regredirem.
A boa notícia é que, a partir das pesquisas do MCTI, não haverá mais espaço para especulações. A população, antes de ingerir cápsulas de fosfoetanolamina, poderá ter certeza de que está utilizando um medicamento verdadeiramente eficaz.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!