Segundo estimativas globais, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um distúrbio do neurodesenvolvimento que compromete a comunicação e a capacidade de socialização com o mundo, acomete uma a cada 88 crianças. Mas nem sempre é fácil identificar os sintomas de autismo.
Eles podem se manifestar manifestar de maneiras diversas em cada caso. Por isso, o diagnóstico é comumente tardio – o que torna mais difícil promover a integração da criança com o mundo. A boa notícia é que os pais, com apoio dos médicos, podem identificar a condição por meio da observação atenta, já a partir dos seis meses de vida.
De acordo com o psiquiatra Wanderley Domingues, presidente do Centro Pró-Autista (CPA), quanto mais precoce for o diagnóstico e a intervenção, mais chances a criança tem de melhoras significativas na interação social, na linguagem e na capacidade cognitiva.
Entenda os principais sintomas de autismo
No Brasil, levantamentos apontam que há cerca de dois milhões de indivíduos portadores de autismo. Conforme lembra Domingues, esse é um transtorno multifacetado e multifatorial. Em 85% dos casos, além de comprometer as habilidades sociais, ele vem acompanhado de outras condições clínicas, como transtornos do sono e déficit de atenção.
O psiquiatra enfatiza que, no caso das crianças, a faixa etária dos dois aos sete anos é uma das mais importantes, pois é quando se desenvolvem as habilidades de comportamento e linguagem. Daí a importância de um diagnóstico rápido. Mas como detectar os sintomas de autismo? Confira alguns deles:
- Dificuldade para interagir socialmente
- Baixo domínio da linguagem e da comunicação
- Padrão de comportamento restritivo e repetitivo
- Ausência de qualquer contato interpessoal, mesmo visual
- Apego anormal a determinados objetos
É importante lembrar que esses são apenas alguns dos sintomas, que podem ocorrer em maior ou menor grau. Mas, ao perceber algum deles, é importante consultar um médico. Em quadros mais leves, que caracterizam a síndrome de Asperger, não há comprometimento da fala e da inteligência.
O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado por critérios estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria e pela Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
Tratamento do autismo
A medicina atual admite que não existe uma única causa para o autismo, mas sim uma mistura de fatores genéticos e biológicos que podem desencadear a doença. O mais importante é que os pais tenham consciência de que ela não é uma sentença.
Maria Clara Nassif, psicóloga e autora do livro Neuropsicologia e Subjetividade, enfatiza que o tratamento está cada vez mais aprimorado. “É fundamental que haja profissionais preparados para diagnosticar bebês de risco e fazer uma intervenção apropriada, evitando impactos dos transtornos ao longo da vida e no convívio familiar”, diz.
De acordo com ela, novas tecnologias como o eye tracking já possibilitam o diagnóstico do autismo em bebês por meio da orientação visual social atípica. Além disso, intervenções que englobam terapias de troca e desenvolvimento individual e grupal permitem que os autistas desenvolvam suas habilidades sociais e levem uma vida o mais normal possível.
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