Para entender mais sobre a queda de cabelo hormonal, vamos falar de um hormônio, a prolactina, que é produzida em uma glândula localizada na base do crânio chamada hipófise.
A hipófise é considerada uma glândula mestra juntamente com seu companheiro de batalha, o hipotálamo. Essas glândulas são responsáveis pela complexa orquestra de reações que acontecem em nosso organismo a cada segundo e nos mantêm vivos.
Ambas secretam hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas e todo o metabolismo celular, incluindo o folículo piloso. Esse nada mais é do que o local onde se dá a geração da fibra do cabelo.
Os folículos têm receptores para diversos hormônios e substâncias, incluindo a prolactina e os androgênios, estimulando ou inibindo o crescimento do fio. O equilíbrio é fundamental para que haja uma ótima repercussão no desenvolvimento da fibra capilar.
Quando há aumento da prolactina (hiperprolactinemia), o médico deverá ficar atento às causas desse aumento, pois pode ser uma quadro simples e benigno ou pode indicar sérios problemas de saúde.
Além disso, outros hormônios podem ser alterados, como no caso dos hormônios da tireóide e os androgênios levando a uma cascata de eventos no organismo.
Algumas Causas de Hiperprolactinemia
. Prolactinoma: tumor benigno na hipófise
. Depressão, neurites e distúrbios da medula espinhal
. Encefalites, sarcoidose, trauma Craniano, intervenção cirúrgica e câncer
. Cistos da glândula pituitária e hipofisite
. Radiação
. Hipotireoidismo primário ou secundário
. Hipertireoidismo
. Doenças autoimunes
. Acromegalia
. Hiperandrogenemia
. Manipulações ou irritações da mama
. Distúrbios nutricionais : dietas ricas em proteínas, excesso álcool
. Hormônios endógenos : TRH, , endorfinas, melatonina , os péptidos gástricas e fatores de crescimento, estrogênio, cortisol
. Estresse
. Medicamentos : antidepressivos, tranqüilizantes, neurolépticos, anti-hipertensivos, narcolépticos, tuberculostáticos, antibióticos, formoterol (usado na asma)
Sintomas da hiperprolactinemia
. Pode ser assintomático, sintomas leves e até mais graves:
. Queda de cabelo hormonal devido a proliferação reduzida e aumento da apoptose dos queratinócitos (queda das pétalas) no bulbo capilar
. Aparecimento e aumento de pêlos grossos
. Oleosidade excessiva
. Saída de secreção nos mamilos
. Alterações menstruais
. Cefaléias (em caso de tumor de hipófise)
Aumento leve/moderado de prolactina são comumente negligenciados na prática. O médico e paciente deverão ficar atentos a alterações desse hormônio bem como seus sintomas e levar em consideração cada caso, particularmente.
Queda de cabelo hormonal e a prolactina
Buscando literatura de 30 anos atrás, foram encontrados apenas 5 estudos sobre a hiperprolactinemia e queda capilar. Neste contexto, a prolactina é conhecida por promover a suprarrenal aumentando o cortisol e produção de andrógenos. Há interferência no metabolismo desses hormônios. Portanto, foi sugerido que ambas as condições possam contribuir para o padrão feminino de alopecia.
Esses resultados foram confirmados por outra investigações do grupo em um maior número de pacientes. Finalmente, as influências hormonais do hiperandrogenismo e hiperprolactinemia eram, mais uma vez, para confirmarem suas participações na queda capilar na alopecia feminina.
Porém, há outros estudos demonstrando que não há evidências de que eles têm uma influência do padrão, a extensão ou a duração da queda de cabelo hormonal quando a prolactina está moderadamente aumentada.
Esses resultados são compatíveis com estudos in vitro de outros autores que descreveram apenas em doses elevadas de prolactina um um efeito inibidor sobre os folículos capilares humanos.
Por haver essas divergências nos estudos, níveis moderados de prolactina elevada em associação com a perda de cabelo difusa ou androgenética podem ser negligenciados como causador para a perda de cabelo. Devemos sempre analisar bem cada caso em particular, mesmo porque alguns casos de aumento moderado de prolactina foram diagnosticados prolactinona quando submetidos a ressonância nuclear magnética. “A cabeleira agradece…”
Referências Bibliográficas:
1- Hair loss and hyperprolactinemia in women. Gerhard Lutz Hair and Nail; Bonn, Germany – Dermato-Endocrinology 4:1, 1–7; January/February/March 2012; G 2012 Landes Bioscience
2- Apostila International of Association of Tricologists
3 – Sintomas da Hiperprolactinemia – Schmidt et al. in 1989.7
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