Papais e mamães sabem bem da importância de estimular o desenvolvimento das crianças. Mas nem sempre é fácil encontrar os mecanismos certos para isso. Foi a partir da proposta de incentivar a autonomia dos pequenos que, em 1870, surgiu o quarto montessoriano. Idealizado pela pedagoga italiana Maria Montessori, ele envolve um processo mais amplo.
“Ela se dedicou exaustivamente à educação infantil. Os princípios montessorianos indicam que o adulto deve respeitar e incentivar a criança, sua independência, autonomia e capacidade de decidir, dando-lhe oportunidades adequadas para esse aprendizado”, explica Irene Maluf, especialista em psicopedagogia, educação especial e neuroaprendizagem.
O que é um quarto montessoriano
A proposta de um quarto montessoriano é, essencialmente, enfatizar as atividades sensoriais e facilitar a movimentação e a liberdade para brincar do bebê, permitindo que ele tenha acesso livre a descobertas.
“Trata-se de um espaço físico organizado levando em conta o ponto de vista da criança desde o nascimento, e não o dos adultos” aponta Irene. Conforme ressalta a especialista, o mobiliário do quarto montessoriano deve ser de altura compatível com a das crianças, de modo que elas tenham tudo que é seu ao alcance das mãos.
Tudo deve estar em um ângulo que facilite o contato visual e a manipulação. A escolha dos brinquedos, roupas e livros, por exemplo, é da própria criança. A ideia é que com autonomia, mas a partir da orientação inicial dos pais, ela possa aprender a escolher, usar e guardar.
É por isso que ordem, simplicidade na decoração, poucos brinquedos e alguns itens de vestuário são importantes no quarto montessoriano. De acordo com a pedagoga, tudo isso contribuirá para que a criança desenvolva autonomia para se vestir e se cuidar, de modo geral.
“Talvez o aspecto mais emblemático para os pais no quarto montessoriano seja a ausência do berço e da cama convencional, que são substituídos por colchões (ou uma cama bem baixinha) sob tapetes”, lembra.
O objetivo é permitir que a criança possa se levantar sozinha. “O desenvolvimento físico, mental e emocional é mais rapidamente alcançado quando tem liberdade para se mover e explorar o meio ambiente”, garante Irene.
Se os pais sentirem algum constrangimento em colocar o filho no colchão, ela propõe colocar rolinhos e protetores de berço perto da parede. Um espelho e móbiles variados também devem estar presentes no quarto, recomenda a especialista.
Descubra até que idade é ideal investir no quarto
A pedagoga salienta que não existe, a princípio, uma idade específica para abandonar o quarto montessoriano, a não ser quando a própria criança demonstra o desejo de fazer uma mudança. Mas há um período em que o modelo se mostra mais eficaz.
“Na primeira infância, pois é quando se fundamentam as rotinas, que desenvolvem hábitos de autonomia e organização mais intensamente”, esclarece a especialista. Ela salienta que os brinquedos, os livros, os jogos e tapetes devem ser readaptados ao longo do crescimento. O importante é o respeito às escolhas de quem vai ocupar o espaço.
E aí, o que achou da ideia de montar um quarto montessoriano para o seu filho? Deixe a sua opinião e aproveite para conferir mais dicas de educação que o Doutíssima traz para você.