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Solidão pode aumentar as chances de AVC, dizem pesquisadores

Por Redação Fortíssima 03/05/2016

A relação entre saúde emocional e física parece ficar cada dia mais evidente. Segundo um estudo inédito publicado por cientistas britânicos no Heart Journal, a solidão aumenta em até 32% o risco de um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente chamado de derrame.

Já está claro que derrames graves e extensos podem ocorrer repentinamente. O que os pesquisadores buscam entender é a causa por trás dos problemas arteriais que ocasionam o quadro. Para isso, analisaram bases de dados de estudos com informações clínicas sobre 181 mil adultos que moravam ou apenas se sentiam sozinhos.

Entenda a relação entre solidão e derrame

A partir da revisão dos estudos, cada um deles com duração de três e 21 anos, os cientistas identificaram 4.628 registros de casos de complicações coronarianas (dor torácica, ataques cardíacos e morte) e 3.002 ocorrências de AVC entre os adultos monitorados que viviam ou se sentiam solitários.

A análise científica demonstrou, a partir dos números, que a solidão poderia ser associada a um aumento de 29% no risco de problemas cardíacos e 32% no de um AVC. Contudo, os autores explicam que a metodologia é de meta-análise observacional. Ou seja, ainda não é possível fazer uma conclusão totalmente direta sobre causa e efeito.

No entanto, a proposta dos britânicos é justamente levantar a hipótese de que uma abordagem contra o fator solidão poderia ter papel preventivo contra perigosas patologias. A correlação pode fazer sentido, uma vez que o isolamento também costuma estar ligado a quadros de depressão, estresse e ansiedade – associação já comprovada com derrames.

Nesse caso, o que ocorre é que tais fatores, muitas vezes relacionados ao emocional, também influenciam a saúde física. Principalmente porque alteram o sistema imunológico que, debilitado, fica mais propenso a inflamações e infecções. O processo favorece o surgimento de placas de tecido fibroso e colesterol, que se acumulam nas paredes dos vasos sanguíneos.

Estresse e ansiedade também têm consequências fisiológicas, já que liberam adrenalina e noradrenalina, substâncias que podem ser cáusticas para os vasos sanguíneos e o cérebro – além de elevarem a pressão arterial, o que favorece a hipertensão. Todo esse cenário aumenta as chances de um derrame.

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Solidão, depressão e estresse alteram o sistema imunológico. Foto: iStock, Getty Images

Fique atento aos sintomas de AVC

Embora muitos derrames ocorram de maneira repentina, é possível ficar atento a alguns sintomas de alerta, que permitem um diagnóstico precoce e previnem complicações severas.

Um deles é a perda súbita de força, alteração de sensibilidade em metade da face ou de um lado do corpo, perda súbita da visão em um ou ambos os olhos, alterações na fala (dificuldade em articular ou compreender palavras) e no equilíbrio (vertigens).

Os principais fatores de risco modificáveis são tabagismo, obesidade, sedentarismo, pressão alta, diabetes e colesterol elevado. Portanto, a melhor forma de se proteger é procurar manter hábitos de vida mais saudáveis. Para isso, é necessário também cuidar da sua saúde emocional. Se estiver se sentindo sozinho, não há vergonha em buscar ajuda.

E você, o que acha da relação mostrada pelos cientistas britânicos? Acredita que seja verdade? Deixe a sua opinião nos comentários.