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Curiosidades sobre a marcante Elke Maravilha

Por Tatiana Barros 16/08/2016

O Brasil acordou um pouco menos colorido. Isso porque a Elke Maravilha, uma das personalidades mais autênticas e ousadas do país, morreu nesta madrugada, aos 71 anos. A atriz estava internada há mais de um mês por conta de uma úlcera, chegou a ser operada, mas após alguns dias em coma induzido, não resistiu.

Elke Maravilha era uma personalidade que esbanjava personalidade e alegria (Foto: Instagram)

Elke Maravilha era uma personalidade que esbanjava personalidade e alegria (Foto: Instagram)

Curiosidades sobre Elke Maravilha

Elke ganhou fama nacional como jurada da “Discoteca do Chacrinha”, a quem ela se referia carinhosamente como Painho. Para relembrar um pouco da intensa vida de Elke Maravilha, selecionamos algumas curiosidades que colaboraram para fazer dela uma personagem única e querida por todo país. Confira:

Russa com coração brasileiro

Elke nasceu na Rússia, em 1945, e aos seis anos de idade veio fugida para o Brasil, pelo fato do pai ter sido considerado traidor do seu país natal. Por essa razão, ela era apátrida. No Brasil, chegou a ser naturalizada brasileira, mas durante a ditadura militar teve sua cidadania cassada. Elke teve o passaporte amarelo da ONU, oferecido para pessoas sem nacionalidade definida e anos depois conquistou a cidadania alemã. Maravilhosa que só ela, era fluente em nove línguas: alemão, russo, italiano, espanhol, francês, inglês, grego, latim e português.

Prisão na ditadura


Como contamos acima, Elke teve sua cidadania brasileira cassada nos anos 70. O motivo foi ter rasgado cartazes sobre o desaparecimento de Stuart Angel, filho da estilista Zuzu Angel, que foi torturado e morto pelos militares. A então modelo ficou presa por seis dias. Quando foi perguntada certa vez, pela revista Istoé se o fato a deixou traumatizada, Elke respondeu: “Claro que não! Se meu pai passou seis anos na Sibéria e não ficou traumatizado, foi torturado e fazia chacota… imagina se eu ia ter problemas por causa de seis diazinhos no Dops! Saí de lá e segui minha vida, só que apátrida. Poderia ter pedido anistia, mas seria pedir desculpas, reconhecer erros que não cometi”, relembrou.

Agressões pelo jeito excêntrico

Se ainda hoje pessoas com um estilo autoral e ousado causam estranhamento, imagine as reações ao visual excêntrico de Elke nas décadas de 60 e 70. Aos 18 anos, ela resolveu expor toda sua personalidade e as reações nas ruas foram as piores. Chegou a levar porrada e a parar no hospital. Para ela, o pior foi uma cuspida que levou na cara, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Tudo isso por querer unicamente ser quem ela era.

Parceria com Chacrinha

Por anos, Elke foi jurada do apresentador Chacrinha. A relação com o “velho guerreiro” foi tão intensa que ela o chamava de “painho”. À revista Veja, ela contou como o conheceu: “ “Um dia, tocou o telefone com alguém me convidando para ir ao Chacrinha. Eu não conhecia porque não via televisão, mas aceitei. Então perguntei a um amigo sobre como era o tal programa e ele me disse que era um programa de auditório que tinha um apresentador que tocava uma buzina o tempo todo. Achei legal, comprei uma buzina e entrei lá buzinando; o Painho se encantou comigo e eu com ele. Foi assim que começou”.

Casamentos, drogas e abortos


Elke teve oito casamentos e afirmava ter ficado amiga de todos. Ou quase! Um, com quem ficou casada apena dois meses, ela dizia que era psicopata e chegou a encontrá-lo na sala, vestido com suas roupas e segurando uma faca. Apesar dos relacionamentos, a atriz nunca quis ter filhos, por acreditar que não tinha talento para educar uma criança e, por isso, abortou três vezes. Outra polêmica declaração foi em relação às drogas, já que contou já ter usado quase todas, inclusive crack em três ocasiões. Ela afirmava: “Usava drogas, mas elas não me usavam. A minha geração usou drogas para autoconhecimento, não para a fuga”.

E assim era Elke, uma mulher sem medo de ser e mostrar quem era. Uma alma colorida e inspiradora. Salve, maravilha!