Há um tabu gigantesco acerca da depilação íntima feminina. A partir do momento em que a mulher dá início a sua vida sexual, a cera ou a lâmina começam a ser suas amigas, por pelo menos uma vez por mês. E isso pode acontecer por influência da mãe, da tia, das amigas, ou por algum outro tipo de pressão social. Estudos científicos que se debruçam sobre questões de gênero acreditam que retirar todos os pelos da vagina seja uma das formas de associar a imagem da mulher à infantilidade, porque pelos na região pubiana são um sinal de maturidade do corpo humano.
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Um estudo publicado no ano de 2013 pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) apontou que 93% das estudantes universitárias faz depilação, sendo que um terço delas a fazem de forma completa – a famosa ‘virilha completa’ que também engloba o ânus. E mesmo que não haja evidência de que a retirada dos pelos ajude na higiene da região genital, essa é a justificativa usada pela maioria das 300 entrevistadas.
Porém, especialistas da área apontam que a depilação é uma das maiores responsáveis pelo surgimento de infecções e outras doenças na vagina. Tanto é que não é incomum que a área fique avermelhada, cheia de pontinhos de pus e pelos encravados após a retirada completa dos pelos – seja ela feita com lâmina ou cera. Isso acontece porque os pelos possuem uma função protetiva da região que nascem no corpo.
E quando são tirados, acabam por deixar os poros expostos a bactérias e outros microrganismos como vírus responsáveis por acarretar quadros de infecções vaginais, corrimento, furúnculos, abscessos etc. A retirada completa dos pelos também pode deixar a área mais suscetível à contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) como o molusco contagioso e o HPV. Além de proteger, o pelo também age de forma a facilitar o contato durante a relação sexual, reduzindo o impacto na região e minimizando as chances do surgimento de possíveis ferimentos.
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Outro fator importante, ignorado pela maioria das pessoas, é sobre a procedência da cera utilizada na depilação: não há nenhum tipo de fiscalização que assegure que ela não seja reutilizada, por exemplo. Então, a cliente corre o risco de pagar por um serviço que certamente prejudicará a sua pele, tendo em vista a possibilidade infinita de problemas que a reutilização da cera pode acarretar.
Portanto, um dos conselhos para aquelas que desejam se depilar é procurar bastante sobre os malefícios da prática e comparar com as vantagens estéticas. Outra dica importante é conhecer bastante a própria pele, saber se tem alergia a determinados componentes da cera e passar por uma avaliação dermatológica. Não deixe que a pressão social dite o que você quer fazer consigo mesma, o corpo é seu e se você se sentir mais confiante e bem depilada ou com pelos, isso é problema igualmente seu!