Meia hora de caminhada por dia, cinco vezes por semana. Essa é uma das armas para evitar a morte pelo câncer de mama, de acordo com um estudo publicado na revista Nature e com participação do Ministério da Saúde.
Esta foi a primeira vez que pesquisadores cruzaram dados sobre incidência de câncer de mama e a taxa de mortalidade em todos os estados brasileiros.
De acordo com a pesquisa, uma em cada 10 mulheres vítimas do câncer de mama (cerca de 12%) poderia ter a vida poupada se praticasse atividade física regularmente antes de ter a doença. Os autores estimam que, em 2015, um total de 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas dessa forma.
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O motivo é que, segundo os autores, a atividade física reduz a concentração do estrogênio no sangue, um dos hormônios femininos. Quando há um excesso dessa substância no corpo, ela pode levar à produção de mutações genéticas nas mamas, e ao surgimento do câncer.
Além disso, os exercícios melhoram as funções endócrinas e o sistema imunológico. Isso provoca uma redução de substâncias inflamatórias e aumenta as anti-inflamatórias no organismo.
Dados cruzados
Outro dado que os pesquisadores descobriram é que a taxa de mortalidade é maior nos estados brasileiros com melhores indicadores socioeconômicos.
As pessoas passaram a viver mais, sendo consequentemente expostas a mais fatores de risco. Isso inclui o consumo de bebidas alcoólicas e açucaradas, além do fumo, aumento de peso e gravidez tardia. Esses fatores resultam em 6,5% das mortes de mulheres diagnosticadas com câncer de mama.
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Por outro lado, nos estados mais desenvolvidos, os sistemas de saúde têm uma estrutura maior e melhor equipada. Com isso, mais diagnósticos positivos para câncer são feitos, e mais mulheres se submetem a tratamentos para combatê-lo.
Desafios no Brasil
O estudo mostra que, nos últimos 25 anos, o número de mortes por câncer de mama se manteve estável no país. Um dos motivos é a adoção de políticas públicas para estimular a prática de exercícios físicos.
Mas os desafios existem. Os pesquisadores apontaram que a estrutura das grandes cidades brasileiras não ajuda a encorajar as pessoas a se exercitarem. “Poluição do ar, poucas áreas verdes e uma má qualidade de infraestrutura urbana ainda são desafios”, diz o texto.
No Brasil, 13,9% das mulheres que moram em grandes cidades não fazem atividade física. O percentual é maior entre as que têm mais idade, além e as que estão na faixa etária de 18 a 24 anos.
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