Parto humanizado é um aplicativo, para celular ou tablet com sistema android, que pretende facilitar o processo de denúncia dos casos de violência obstétrica. Através desse aplicativo, também é possível que a gestante faça um plano de parto e informe como quer que o parto ocorra.
O aplicativo ainda fornece informações sobre parto normal e humanizado, além de indicar como encontrar uma acompanhante profissional para o parto. O aplicativo surgiu por causa da união de mulheres que lutam contra a violência obstétrica.
Plano de parto e a violência obstétrica
Diariamente, mulheres sofrem violência obstétrica. Ela acontece em hospitais e consultórios particulares. Uma a cada quatro mulheres já foi violentada dessa maneira.
Cesárea sem necessidade, amarrar a mulher durante o parto, exames de toques em excesso e a manobra de Kristeller são apenas algumas das formas que caracterizam a violência obstétrica.
Para quem não conhece a manobra de Kristeller, ela consiste em pressionar a parte superior do útero da gestante para que o bebê saia com maior facilidade. Entretanto, essa técnica pode ser prejudicial à gestante, já que pode ocorrer fratura nas costelas e deslocamento da placenta.
O plano de parto é uma técnica utilizada há mais de 30 anos nos EUA. Porém, esse documento antes era feito com papel e caneta.
Agora, essa técnica passou a ser utilizada pelo aplicativo Parto Humanizado, desenvolvido pela Artemis (entidade que defende os direitos das mulheres). Através do aplicativo. as gestantes podem ver como é possível denunciar se foram violentadas antes, durante ou depois do parto.
Mas como funciona o plano de parto? É um documento onde a mulher expressa sua vontade referente ao modo como o parto deve acontecer.
Nesse documento, a gestante pode afirmar se quer ou não ser anestesiada e quem será sua acompanhante no momento do parto, por exemplo. O documento deve ser seguido e respeitado pela equipe médica envolvida.
O aplicativo ainda permite que a gestante envie o plano via e-mail para o médico que está acompanhando sua gravidez.
Plano de parto e os direitos da gestante
O que é considerado violência obstétrica? Além das ações já listadas, a enfermeira recusar fornecer alimentos para a gestante antes do parto e exigir que ela não não grite de dor. Aliás, impedir a entrada do acompanhante na sala cirúrgica também é considerado violência.
Por exemplo, se a gestante optou por fazer o seu plano de parto e nele consta que ela não deseja que seja realizado a episiotomia, a realização dessa técnica sem consentimento da paciente, é considerada uma violação dos direitos assegurados pelo documento feito pela mulher.
Episiotomia é uma técnica feita pelo médicos onde se realiza um corte a partir do ânus até a vagina da gestante, para facilitar a saída do bebê. Muitos estudos mostram que não há necessidade da utilização dessa técnica.
O plano de parto pode e deve ser utilizado como documento que comprova que ocorreu maus-tratos com a gestante antes, durante ou após o parto.
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