Uma pesquisa americana avaliou a exposição de crianças de 6 meses a 4 anos de idade às telas de computador, smartphones e televisão. Apesar de ainda não andarem, e de terem balbuciado apenas poucas palavras, os pequenos estão tendo acesso aos aparelhos eletrônicos cada vez mais cedo. Problemas como obseidade e défit de atenção estão relacionados à esse tipo de contato precoce.
Embora não tenham comemorado o primeiro aniversário, mais de um terço das crianças já usou um smartphone ou tablet, revelam pesquisadores da Academia Médica da Filadélfia, Einstein Medical Center. O uso desses objetos tornou-se rotina em adultos, mas agora os cientistas têm questionado como esse arsenal tecnológico afeta os pequenos, as chamadas crianças digitais.
Pais conectados = crianças digitais
O estudo foi feito com 370 pais, de crianças com idade entre 6 meses a 4 anos, que responderam a um questionário com 20 perguntas. As famílias foram perguntadas sobre os tipos de dispositivos tecnológicos presentes em casa, a idade da criança no seu primeiro contato com esses objetos e a frequência de utilização.
Apresentado no último 25 de abril na reunião anual da Pediatric Academic Society, em San Diego, nos Estados Unidos, os resultados mostraram a onipresença desses dispositivos em casa. Os entrevistados afirmaram que seus filhos têm contato direto com os eletrônicos.
O resultado mostrou também que no grupo pesquisado 97% possuem TV, 83% afirmaram ter tablet, 77% dos entrevistados fazem o uso constante do smartphone e 59% dessas famílias têm acesso à internet.
A verdadeira babá eletrônica dos dias atuais
Nada surpreendente até agora. Mas o estudo constatou que mais de três quartos dessas crianças têm brincado com jogos de vídeo ou aplicativos, antes dos dois anos de idade e quase todas já assistiu a ao menos um programa de TV com a mesma idade.
Os resultados do estudo mostram também que todos os bebês do grupo pesquisado já passaram os dedinhos por uma tela eletrônica. Segundo os especilistas, foi possível aferir também que 14% das crianças menores de um ano passam pelo menos uma hora por dia interagindo com a tela. Essse fenômeno aumenta com a idade, elevando para 38% no percentual de crianças com menos de 4 anos.
Os pais alegaram que permitem essa prática principalmente quando precisam cuidar das rotinas domésticas ou quando saem com os pequenos para fazer compras. Segundo eles, os aparelhos eletrônicos são um meio para que as crianças fiquem mais tranquilas e até mesmo, uma forma de fazerem os pequenos dormirem mais rapidamente.
Sem TV antes de 2 anos de idade
Estudos têm demonstrado que a exposição às telas podem ter graves consequências para a saúde, tais como transtorno de déficit de atenção, o aparecimento de diabetes e da obesidade.
A Academia Americana de Pediatria recomenda evitar televisão ou outra tela antes da idade de dois anos. De acordo com os especialistas, desenvolvimento do cérebro nos primeiros anos de vida é fundamental e deve estar em contato com as pessoas, e não monitores.
A exposição precoce aos aparelhos eletrônicos favorece também os seguintes problemas:
– Alteração no comportamento
– Atraso no desenvolvimento da coordenação motora
– Dificuldade de interação social
– Crianças consumistas
– Falta de concentração nas atividades escolares
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