Quando se ouve falar em câncer é comum ouvir o termo metástases. Em estágio avançado, a doença pode acometer não apenas um órgão ou sistema do corpo, mas é capaz de se espalhar por outras partes do organismo, afetando a saúde do indivíduo.
O que são metástases
O hospital Cleveland Clinic, um dos mais conceituados em tratamento e pesquisas sobre o câncer nos Estados Unidos, explica que diferente de células normais, as células cancerígenas conseguem se espalhar pelo corpo e funcionar em locais que não o de origem.
Esse acometimento de outros órgãos, além do de origem, chama-se metástase. Para que isso aconteça, o câncer precisa passar pelos seguintes estágios:
– Separação do tumor primário
– Invasão dos tecidos ao redor da lesão inicial
– Entrada nas veias sanguíneas e sobrevivência no sangue
-Entrada no sistema linfático e na cavidade peritoneal
– Alcançar órgãos distantes como pulmões, fígado, cérebro, ossos etc
– Formar novos tumores e novas veias que o alimentem
Segundo o site cancer.gov, do National Institute of Health, dos Estados Unidos, qualquer tipo de tumor pode causar metástase, incluindo os do sistema linfático e sanguíneo (leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e outros).
São raros os casos, mas metástases desses tipos de câncer já foram observadas nos pulmões, coração, sistema nervoso central e outros tecidos.
Em alguns casos, os tumores secundários da metástase são identificados no paciente ao fazer exame sem que se identifique a origem. O tumor inicial pode ter regredido ou ser muito pequeno, dificultando que seja encontrado.
Exames laboratoriais de raio X, tomografias, ressonância magnética e outros procedimentos são utilizados na tentativa de encontrar todos os focos de câncer.
Perigos das metástases
O processo das metástases é extremamente perigoso. A maioria das mortes por câncer acontece quando a doença vai além do seu local de origem. Em geral, quem tem apenas um tumor localizado tem mais chances de sobrevivência do que os outros casos.
O Instituto do Câncer (INCA) estima que em 2014 foram identificados, no total, 576 mil novos casos da doença no Brasil. Os órgãos mais atingidos nos homens são a próstata, os pulmões, o cólon e o reto.
Nas mulheres, a maior incidência de tumores é nas mamas, no cólon e reto, no colo do útero, nos pulmões e na glândula tireoide.
Novas descobertas na área
Recentemente, uma publicação na revista Nature Medicine indicou que há esperança no caso das metástases. Um estudo na área foi conduzido por Manel Esteller, diretor do Programa de Epigenética e Biologia do Câncer do Instituto de Pesquisas Biomédicas de Bellvitge, de Barcelona.
A equipe de cientistas médicos afirma ter compreendido como as células tumorais conseguem escapar do local de origem através de um mecanismo próprio. A pesquisa observou o melanoma (um tipo de câncer de pele), mas há indícios de que o procedimento se repete em câncer de cólon e de mama.
O ponto crucial para o entendimento das metástases foi analisar a genética do tumor em seu local original e nos locais por onde se espalhou. Ao analisar a situação, foi identificado um gene que é inativo na fase inicial da doença, mas ativo quando atinge outros órgãos.
De acordo com esse estudo, é possível medicar o paciente com remédios que dificultam a adaptação dos tumores secundários em novos ambientes.
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