Distúrbio que leva o nome do Barão de Munchausen, famoso por contar histórias fantasiosas nos anos 1700, faz com que o indivíduo simule doenças em busca de atenção. Saber como a síndrome de Munchausen se apresenta é uma forma de ajudar a pessoa acometida a buscar ajuda para contornar a condição.
Descrita pela primeira vez por Richard Asher, nos anos 1950, o termo era usado apenas para doentes que mencionavam condições fictícias. Hoje, o termo Síndrome de Munchausen descreve pessoas em que o fingimento de uma doença se torna a sua preocupação principal.
Mentiras de quem tem Síndrome de Munchausen
Segundo a psicóloga e psicanalista Katya de Azevedo Araújo, a Síndrome de Munchausen é uma condição em que o paciente provoca ou simula doenças para ter cuidados médicos. “Ele chama atenção através do exagero dos seus sintomas”, adiciona.
Diferente de uma pessoa hipocondríaca, que realmente acredita que está doente, o portador de Munchausen cria a doença. Além disso, o paciente pode gerar ferimentos e fabricar ou simular os sintomas das mais variadas formas.
Toda essa simulação tem apenas um objetivo: atenção. A psicóloga explica que é uma forma de sanar uma carência afetiva, buscando cuidados que de outra forma a pessoa não teria.
A identificação da Síndrome de Munchausen é feita quando o paciente demonstra uma preocupação persistente com a doença. O profundo conhecimento de enfermidades, a recusa em permitir que médicos conversem com familiares, a carência afetiva e o comportamento teatral indicam o diagnóstico segundo Katya.
A síndrome tem tratamento após o diagnóstico correto. Mas o paciente nem sempre está disposto a aceitar que essa fabricação de uma enfermidade é uma complicação psicológica.
Segundo a psicóloga, o tratamento indicado é o psicoterápico. Com auxilio de um profissional, a origem da síndrome será investigada e será trabalhado o ganho secundário que o paciente associou a ela.
Síndrome de Munchausen por procuração
Na década de 1970, um médico chamado Roy Meadow criou o termo Síndrome de Munchausen by proxy (por procuração ou por transferência) para designar casos em que pais fabricavam sintomas em crianças, fazendo o filho passar por avaliações médicas, exames, procedimentos clínicos e hospitalizações sem necessidade.
A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), através do texto de Antonio Carlos Alves Cardoso e Mário Roberto Hirschheimer, explica que, às vezes, a motivação é para obter atenção do cônjuge ou se afastar de um ambiente doméstico conturbado.
Mas a maioria dos casos da Síndrome por procuração, conforme a SPSP, não tem nenhum objetivo lógico. É um transtorno considerado grave de perturbação da personalidade e tem diagnóstico e tratamento difíceis.
A doença é considerada violência contra a criança. Nesse caso da síndrome, o tratamento só consegue ter sucesso quando a pessoa aceita a condição e as críticas ao comportamento demonstrado.
A psicóloga Katya informa que o paciente precisa de acompanhamento psiquiátrico e também psicológico para buscar as causas do transtorno.
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