Três estudos, um americano, um canadense e um dinamarquês, apresentados simultaneamente durante a conferência “Alzheimer’s Association International Conference (AAIC)”, mostram que a atividade física proporciona excelentes resultados no tratamento do Alzheimer.
O evento aconteceu na semana passada em Washington, nos Estados Unidos. O AAIC é o encontro mundial de pesquisadores especializados em demências. Na ocasião, três equipes de cientistas apresentaram os seus trabalhos simultaneamente no dia do encerramento. Todos tinham em comum a influência da atividade física sobre a doença.
Invertendo a lógica – corpo são, mente sã
Os resultados dos estudos realizados pelos participantes da conferência mostraram que os benefícios eram reais. A prática de se exercitar não só ajuda a prevenir o Alzheimer e outras formas de demência, mas pode ser também um tratamento eficaz no futuro.
O primeiro estudo foi conduzido pelo Dr. Hasselbalch Steen e seus colegas do “Danish Dementia Research Centre”, centro de pesquisa sobre demência em Copenhague, na Dinamarca. Os pesquisadores estudaram 200 pacientes entre 50 e 90 anos, com doença de Alzheimer.
Dois grupos foram formados. O primeiro foi submetido a um programa de exercícios com sessões de 60 minutos, três vezes por semana, durante quatro meses. O outro grupo recebeu apenas os cuidados padrão sem a prática de atividade física.
“As pessoas que participaram do programa de esportes tiveram significativamente menos sintomas como ansiedade, irritabilidade e depressão em comparação aos pacientes que não se exercitaram”, observaram os autores do estudo.
Efeitos positivos no tratamento do Alzheimer
A segunda pesquisa apresentada foi conduzida por pesquisadores da “Wake Forest University Health Sciences em Winston Salemn”, nos Estados Unidos. O objetivo foi o de demonstrar se o esporte pode influenciar na redução dos níveis de uma proteína nomeada “Tau”, responsável pela aceleração da doença.
Para isso, eles dividiram aleatoriamente 65 adultos com idade entre 55 e 89 anos com distúrbios leves. Um grupo recebeu um programa de treinamento aeróbico e o outro foi limitado a fazer apenas exercícios de alongamento quatro vezes por semana. Após seis meses, os cientistas observaram uma diminuição estatisticamente significativa na proteína “Tau” no grupo que participou das atividades aeróbicas.
O mais recente estudo, conduzido pelo professor Teresa Liu -Ambrose, pesquisador da Fundação Djavad Mowafaghian (Centro de saúde do cérebro), nos Estados Unidos, examinaram os benefícios do esporte em pacientes que sofreram AVC, acidente vascular cerebral, a segunda causa mais comum de demência em idosos.
Para análise, 62 pacientes com idade entre 56 e 96 anos foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu treinamento físico três vezes por semana durante 60 minutos, o outro recebeu os cuidados habituais. Mais uma vez, os pesquisadores descobriram que os pacientes que seguiram o programa de esporte melhoraram suas funções cognitivas, incluindo a memória e a atenção.
A doença do esquecimento
Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer, estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a doença. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
A doença é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas.
Fique atento aos possíveis sintomas do Alzheimer:
– problemas com ações rotineiras
– perda de memória, confusão e desorientação
– dificuldades com a fala e a comunicação
– distúrbios do sono
– incontinência urinária
– perda de peso
– dificuldade em tomar decisões
– alteração da personalidade
– fala repetitiva
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