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Dormir o final de semana inteiro não repõe as horas de sono perdidas na semana

Por Redação Doutíssima 14/11/2013

Quando sofremos uma privação de sono durante a semana, geralmente, temos uma forte tendência a procurar dormir mais no fim de semana para tentar repor as horas perdidas. Porém, esta estratégia está longe de ser eficaz para reparar os danos causados ao corpo pelas poucas horas de descanso.

Em artigo divulgado na publicação científica “American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism” (boletim da Associação Americana de Psicologia), pesquisadores argumentaram que a tentativa de compensação não é capaz de evitar que o indivíduo apresente, por exemplo, dificuldades de concentração nas atividades que deve desempenhar. A pesquisa mostrou que, apesar de revigorantes, as noites esticadas dos finais de semana não ajudam a restabelecer a capacidade de concentração. Ou seja, dormir o final de semana inteiro não repõe as horas de sono que você perdeu durante a semana!

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O pesquisador Alexandros Vgontzas com a ajuda de outros cientistas da Universidade Penn State, faculdade de medicina da Pensilvânia, nos Estados Unidos, submeteu 30 voluntários, adultos saudáveis, a três padrões de sono diferentes durante 13 dias. Nas primeiras quatro noites os voluntários dormiram por oito horas; nos outros seis dias descansaram por seis horas; nos últimos três dias, dormiram por dez horas. Os pesquisadores acompanharam o sono dessas 30 pessoas que mimetizaram uma semana com essas horas de sono bastante desregulares, seguidas por um fim de semana de “recuperação” do sono perdido. No estudo, os voluntários passaram por exames para analisar a atividade cerebral durante o sono. Eles também tiveram seus níveis de hormônios no sangue medidos. Foram aplicados, ainda, testes para medir a capacidade de concentração e de realizar tarefas.

Com os testes, os pesquisadores descobriram que as 10 horas de sono seguidas  após o quadro relacionado ao descanso insuficiente nos dias anteriores, fizeram com que o cansaço dos voluntários fosse reduzido e que a sonolência, os níveis de açúcar no sangue e o estresse melhorassem após o sono prolongado. Mas o desempenho deles nos testes de atenção foi igual tanto após 6 horas de sono como depois de 10 horas dormindo.

Para saber qual impacto, a longo prazo, de dormir pouco, seriam necessários mais testes que interpretassem e analizassem esse tipo de ciclo de restrição e recuperação de sono nas pessoas. Os autores do estudo ressaltam que dormir pouco pode contribuir para o aumento de hormônios ligados ao estresse, interferir nas taxas de açúcar no sangue e nos mecanismos ligados a inflamações.

Portanto, não arrisque! Para não diminuir a capacidade de concentração e evitar o estresse, um adulto normal necessita de 6 a 8 horas de sono diárias, pelo menos. Dormir também é necessário e faz bem para a saúde!