Manchas, estrias, acne e celulite são alguns dos sinais que costumam aparecer na pele durante o período da gestação e depois dele. Não é à toa que, para muitas mulheres, o medo de que as marcas da gravidez se tornem permanentes gera incertezas.
“O aumento dos hormônios femininos, em particular a progesterona, influencia indiretamente os hormônios reguladores da síntese da melanina (pigmentação da pele) e a síntese de colágeno (distensão da pele), predispondo o aparecimento de estrias e manchas”, explica a dermatologista Flávia Addor, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Mas, ainda que os problemas na pele sejam mais comuns durante a gravidez, com alguns cuidados adicionais é possível evitar que os seus efeitos apareçam de maneira mais intensa e persistente.
Principais reclamações de marcas da gravidez
As manchas na pele são motivos de dor de cabeça para as futuras mamães. O tipo mais comum é chamado de melasma, tem coloração acastanhada e aparece, principalmente, na nas bochechas, no buço e na testa. Conforme lembra Thais Pepe, dermatologista da SBD, elas podem ser isoladas ou surgir simultaneamente em todas as regiões.
O melasma pode ser desencadeado por uma paciente que tenha predisposição genética, por alterações hormonais e pela exposição solar sem a proteção adequada. Ou seja, vale recorrer ao filtro solar com fatores mais altos, como o 60, para prevenir e controlar o problema.
Durante a gravidez, o dermatologista pode prescrever um tratamento com um creme clareador, à base de ácido kójico, arbutin ou ácido azeláico, que não apresentam contra-indicações para o período e atuam na redução e estagnação das marcas.
“Quanto mais cedo for tratada, maiores são as chances de reduzir o melasma“, destaca Thais. Após a gravidez e o período de amamentação, outras técnicas podem ser aplicadas na pele da mulher, em complemento.
“Sessões de peeling, luz pulsada ou laser fracionado atuam na redução do melasma, mas cada mancha vai reagir de um jeito. A eliminação total não é garantida’, alerta ainda Thais.
Alterações hormonais, predisposição genética, esticamento da pele e o consequente esgarçamento das fibras elásticas, por sua vez, são os motivos do aparecimento das estrias. As regiões mais afetadas são a barriga, seios, região interna das coxas e flancos.
Mas tem como prevenir, ou pelo menos evitar, que elas se propaguem tanto durante a gravidez. As principais medidas são a hidratação da pele e evitar o aumento excessivo de peso, principalmente de maneira quase instantânea.
Acne é outra preocupação constante, principalmente no primeiro trimestre. O tratamento requer atenção, pois muitas drogas não podem ser utilizadas. O primeiro passo no combate é uma boa orientação quanto a higienização cutânea, com produtos suaves, que não ressequem a pele.
Cuidados com os produtos
Se os problemas na pele já são comuns normalmente, as gestantes precisam ter cuidado redobrado. O problema é que poucos produtos podem ser utilizados livremente. Para evitar inconvenientes, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda muita atenção aos rótulos das embalagens dos cosméticos.
Além disso, o uso de tinturas de cabelo também deve ser restrito nesta fase, pois não há dados científicos que garanta a segurança de uso em gestantes. Muitas vezes, a prevenção é o melhor remédio para evitar as marcas da gravidez e, em outros casos, dá até para buscar tratamentos sem prejudicar a saúde da mãe e a do bebê.
Reações alérgicas, entretanto, podem ocorrer como em qualquer pessoa. Por este motivo, o uso de novos produtos ou de muitos deles em conjunto deve ser avaliado e sempre sob a orientação de um médico especialista.
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