Consulta médica abriu os olhos de Karla para seu peso, na época 95 kg. Ela entrou na academia e passou a comer várias vezes ao longo do dia. Em dezembro de 2011, a catarinense Karla Hack dos Santos, de 28 anos, descobriu que faltavam apenas 5 kg para atingir a obesidade mórbida.
Com 95 kg, ela resolveu ir ao médico fazer uma consulta de rotina e constatou que seu excesso de peso estava prestes a lhe trazer problemas. “O médico disse que eu estava com ‘quase’ tudo: quase obesidade mórbida, quase diabetes, quase colesterol alto, quase pressão alta”, lembra a advogada, da cidade de Xanxerê (SC).
Assustada com o diagnóstico, ela começou a analisar todas as dificuldades que tinha por causa de seu peso. “Comecei a pensar no que eu gostava de fazer, mas não conseguia. Por exemplo, sempre fiz trilhas, mas não dava mais porque até subir uma escada já me cansava muito”, conta.
A primeira atitude que Karla tomou foi cortar de vez o refrigerante. “Bebia 6 litros por dia, inclusive no café da manhã. Quando parei de tomar, comecei a ficar emburrada e ficava nervosa, como se estivesse de TPM”, lembra.
Na alimentação, a catarinense incluiu alimentos que antes não faziam parte do seu dia a dia, como frutas e saladas. “Se tivesse a opção de comer isso, eu não comia. Só comia o que não era bom e sempre em grandes quantidades”, diz. Para se lembrar de comer várias vezes ao dia, regra básica da alimentação saudável, ela usava o despertador do celular. “Não passei fome nesse processo, apenas fiz substituições importantes, como por exemplo, pão normal por integral”, lembra.
Karla estava a apenas 5 kg de chegar à obesidade mórbida; fotos mostram a catarinense antes e depois (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Já a ansiedade, que antes era descontada na comida, passou a ser controlada com atividade física. “Entrei na academia e, no começo, fazia aulas de dança e jump. Ficava um pouco perdida porque não conseguia acompanhar direito, mas o pessoal foi super legal e eu acabei gostando”, conta.
Karla, que no começo ia apenas duas vezes por semana, logo encontrou nos exercícios um prazer e aumentou sua freqüência para 6 vezes por semana. “Agora eu vou de segunda a sábado e faço também musculação. Se não consigo ir um dia, fico aborrecida. Vou para me divertir e relaxar”, avalia.
Após emagrecer e atingir os 69 kg, 26 kg a menos na balança, a catarinense descobriu outro trabalho que serviu como um teste para avaliar sua força de vontade. “Sou assessora parlamentar, mas comecei a fazer doces em casa. Se tivesse começado com isso quando era gordinha, não ia ter doce para vender”, analisa, aos risos. Karla admite que ainda sente vontade de comer os doces que faz, mas hoje sabe que tem que se controlar. “Tem que ser com moderação. Foi mesmo uma prova para ver se conseguiria manter meus hábitos”, conta.
A Catarinense descobriu o prazer pelo exercício físico e fez trocas na alimentação (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Em relação ao refrigerante, sua maior tentação, ela diz que já se permite tomar uma vez ou outra, mas que prefere evitar. “Sei que, se começar a beber, posso não conseguir parar”, analisa. Atualmente, mais acostumada com o novo estilo de vida, Karla conta que opta por alimentos saudáveis porque gosta, não mais por obrigação. “Parece que o paladar muda. Um dia, fui comer fora e passei reto por tudo o que eu costumava comer, fui direto para a salada de frutas porque era o que eu queria mesmo”, conta.
“Vai além de perder peso, é uma mudança de vida que vale muito. Nenhum alimento compensa a sensação que eu tenho hoje em dia” Karla Hack dos Santos
Toda sua mudança refletiu também em seu guarda-roupa e ela saiu do manequim 48/50 para o 40/42. “Mandei fazer uma calça preta sob medida porque nada mais me servia e hoje já está muito larga”, diz. Karla lembra que já esteve com o peso que tem atualmente, mas que não era a mesma coisa. “Não tinha a mesma energia que tenho hoje, é diferente”, analisa.
Para a catarinense, a vontade de viver bem é o principal motivo para dar o primeiro passo. “Vai além de perder peso, é uma mudança de vida que vale muito. Nenhum alimento compensa a sensação que eu tenho hoje em dia”, diz. Apesar de ainda não ter tido tempo para voltar ao médico e avaliar os impactos em sua saúde, ela conta que se sente muito melhor. “Meu sono, minha energia, minha pele e meu cabelo melhoraram muito. Até as dores que tinha nas costas desapareceram, me sinto muito bem”, conta, satisfeita.
“Meu sono, minha energia, minha pele e meu cabelo melhoraram muito”, diz Karla, com 26 kg a menos (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Texto: G1