Guia dos Dentes

Paciente respirador bucal e problemas para o organismo

Por Redação Doutíssima 26/11/2013

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Uma função super importante do organismo é a respiração que é um sistema complexo e cheio de detalhes. O que precisamos entender é que a respiração nasal não acontece por qualquer motivo, existe uma série de problemas que podem ser causados em pacientes com respiração bucal ou mista que se faz pela boca e pelo nariz. O assunto é muito complexo e vou resumir ao máximo para que nossos leitores possam entender o fundamental.

Na clínica de ortodontia e dos nossos colegas otorrinolaringologista, vemos frequentemente paciente respirador bucal. Um fator causador é a obstrução nasal que pode ser completa ou incompleta, uni ou bilateral. Essa obstrução nasal não é classificada, a principio, como doença e possui seus sinais e sintomas bem específicos mas uma variedade grande de causas.

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Causas mais comuns do paciente respirador bucal:

– Hipertrofia adenoideana, rinites, rinossinusites, tumores nasais benignos e malignos, polipose nasal, papilomatose nasossinusal, mucoceles, desvios septais, atresia coanal, corpos estranhos, estenose de fossa nasal, alteração cartilaginosa da pirâmide nasal, dentre outras.

O paciente respirador bucal apresenta problemas:

– No sistema respiratório

– No sistema cardio vascular

– Na qualidade do sono

– No sistema hematopoético

– Trato gastro-intestinal

– No sistema endócrino

– Para nós ortodontistas, o mais importante são as modificações locais no sistema dento-crânio-facial.

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Normalmente esses pacientes vão possuir problemas que devem ser tratados com a ortodontia, como:

– Arco dentário superior atrésico, mordida cruzada posterior e aberta anterior, padrão de crescimento verticalizado, pálato primário ogival, boca entreaberta, língua baixa e para frente, pálato mole orientado verticalmente, rotação mandibular posterior (negativa), hióide baixo, coluna cervical inclinada para trás, distoposição mandibular em classe II.

– São várias às consequências e a ortodontia se torna fundamental na melhora do quadro, correção de efeitos colaterais e acompanhamento do desenvolvimento.

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Acho esse trecho de um artigo publicado em um ciclo de seminários da FORL, muito interessante e que define muito bem a condição dos pacientes que encontramos:

“Os pacientes respiradores bucais tentam, de modo não consciente, alargar a orofaringe, na tentativa de diminuir a resistência ao fluxo respiratório. O remodelamento ósseo é dependente da pressão contínua exercida por músculos e tendões. A extensão do pescoço e abertura constante da mandíbula causam o crescimento caudal da mesma e o crescimento vertical da face. O prognatismo pode ocorrer na tentativa de aumentar o ângulo antero-posterior da faringe. A impossibilidade de respirar e mastigar ao mesmo tempo leva ao uso de rotação lateral da mandíbula, permitindo o fluxo aéreo no lado contralateral à mastigação. O reposicionamento da língua, que deixa de fazer pressão palatal, acarreta a formação do pálato ogival. O pálato ogival, juntamente com a ausência de contato constante das arcadas dentárias superior e inferior, causam a má oclusão, proeminência dos incisivos superiores.”

O tratamento interdisciplinar se mostra muito importante nesses casos. A remoção da causa é a primeira parte e mais importante do tratamento e posteriormente podem ser contornados os efeitos colaterais causados pela respiração bucal.