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Depressão na gravidez: saiba como identificar e tratar

Por Redação Doutíssima 27/12/2013

Um momento de alegria encarado com tristeza. Preocupações financeiras, medo, ansiedade,  falta de apoio familiar ou medo de perder o emprego podem ser algumas das causas da depressão na gravidez. Saiba mais sobre essa doença que pode ser silenciosa e se manifestar principalmente no início ou final da gestação.

 

O que é a depressão na gravidez

De acordo com Ariadene Beatriz Porciuncula Duarte, pediatra especialista em psicoterapia psicanalítica e puericultura, existem dois tipos de depressão. “Podemos ter depressão de causa endógena, isto é, mais biológica, ou exógena, causada por fatores externos”, relata. Ela alerta ainda que a depressão na gravidez pode vir de uma depressão prévia.

depressao na gravidez

Ansiedades e medos podem desencadear a depressão no período da gravidez. Foto: iStock, Getty Images

Segundo a médica, os hormônios produzidos durante a gestação deveriam tornar mais difíceis os casos de depressão na gravidez. “A oxitocina ajuda nas contrações do útero para o parto e na liberação do leite, e é conhecida como hormônio do amor, proporciona bem-estar físico e sensação de segurança e prazer”, explica.

 

A médica cita possibilidades de desencadeadores de depressão na gravidez. “Medo de engordar, de não conseguir voltar para o trabalho, do orçamento ficar mais pesado, de se ver sozinha, tudo isso gera ansiedade e pode gerar depressão”, diz.  Geralmente, os medos costumam aparecer no primeiro e terceiro trimestre, início e fim da gestação.

 

Exames feitos durante a gestação podem contribuir tanto para diminuir o grau de ansiedade como para aumentar. “Antes era preciso esperar nove meses para saber como o bebê estava, agora não, as ecografias e outros exames permitem acompanhar bem antes”, afirma a médica, mas resultados negativos podem piorar a situação. “Aí o problema é real”, completa.

 

No caso da alimentação da gestante, a depressão na gravidez pode afetar não só a ela como ao bebê. Se a ingestão de alimentos for insuficiente por medo de engordar demais e não retornar ao peso depois do nascimento, o resultado é ainda pior. “O bebê nasce com baixo peso, pode ter hipoglicemia e a mãe ainda sofre com a culpa”, pondera Ariadene.

 

Se a mulher sofrer com o problema, é preciso procurar auxílio profissional. A ajuda de um psiquiatra ou psicólogo é fundamental para preservar o bem-estar físico e emocional da gestante e do bebê que vai nascer.

 

Esses profissionais avaliam cada caso individualmente e indicam o tratamento mais adequado para a pessoa.

 

Depois da depressão na gravidez, a pós-parto

A médica alerta que mesmo aquelas mães que não tiveram depressão durante a gravidez podem desenvolver depressão pós-parto. Segundo Ariadene, a dor e o cansaço após o parto normal ou frustração e ansiedade com a demora do leite descer depois de uma cesariana, estão entre os fatores de estresse que podem detonar esse tipo de depressão.

 

Nesses casos, a recomendação de acompanhamento médico e apoio familiar é ainda mais importante. “O risco é de que a depressão leve a mãe a um surto psicótico que possa levá-la a praticar algum ato contra a criança – achando que na verdade a está protegendo”, alerta.

 

Depressão no Brasil

Pesquisas recentes indicam que nos últimos 16 anos, as mortes relacionadas à depressão cresceram 705% no Brasil. Os números incluem suicídios e mortes decorrentes de problemas saúde gerados por episódios de depressão.

 

Considerando apenas o número de suicídios, também houve um aumento significativo no país, passando de 6.743 ocorrências para 10.321, média de 28 casos por dia.

 

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