Estética

Preenchimento com células-tronco ainda gera dúvidas

Por Dr. Victor Sorrentino 03/01/2014

A toxina botulínica tem sido uma opção popular para quem busca uma pele com aspecto revigorado, mas hoje já não é o único método disponível. O tratamento de preenchimento com células-tronco, por exemplo, promete deixar as mulheres mais jovens sem a dor de uma cirurgia invasiva.

Ao mesmo tempo, também costuma oferecer resultados mais duradouros. Mas você sabe como funciona o processo? Confira as informações que a equipe do Doutíssima separou para você. 

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O assunto rende diversos estudos, mas ainda há lacunas no uso das células-tronco na estética. Foto: iStock, Getty Images

Como funciona o preenchimento com células tronco?

As células-tronco são encontradas naturalmente em nosso corpo e podem se desenvolver em diferentes tipos de tecidos. Suas propriedades versáteis vêm sendo estudadas pela indústria de cuidados da pele, que busca opções para uso estético.

Um desses tratamentos é o preenchimento para retardar o envelhecimento. Trata-se de um processo não-cirúrgico, que utiliza as células do organismo para cuidar de áreas específicas do rosto. Elas são injetadas em áreas problemáticas da face para diminuir o surgimento de rugas e linhas finas.

Comparado a outros métodos de lifting cirúrgico, há algumas vantagens. Ele não envolve grandes incisões, tampouco o levantamento ou sutura da pele facial. É possível a necessidade de anestesia geral, mas isso varia conforme a avaliação do médico encarregado.

Geralmente, as células-tronco são colhidas da área de coxas, abdômen, flancos ou quadris. Elas são então injetadas em pequenas quantidades, ao longo de três camadas faciais, evitando a coagulação e auxiliando na propagação de forma mais uniforme.

Como a idade costuma provocar perda de volume de tecido, essa opção tende a atenuar o aspecto de envelhecimento da pele. Ela pode ser útil principalmente nas cavidades sob os olhos, queixo, bochecha, linhas do riso, lábios e sulco nasolabiais.

Em tese, seus efeitos podem durar mais tempo do que a toxina botulínica porque as células-tronco não apenas ajudam na regeneração da pele, mas também estimulam as células de gordura do rosto em seu crescimento. Isso garante um preenchimento maior e reduz a flacidez.

O que dizem os especialistas sobre o método?

Apesar de inovador, ainda não existem provas científicas de que o tratamento realmente funciona. De acordo com um artigo publicado na revista Plastic and Reconstructive Surgery, procedimentos cosméticos que usam células-tronco ainda carecem de evidências científicas quanto à segurança e eficácia.

Esse mercado anda cheio de propagandas infundadas e fraudulentas capazes de colocar pacientes em risco, advertem ainda pesquisadores da Stanford University Medical Center. De toda forma, alguns levantamentos têm observado resultados positivos.

Cientistas do Hospital Universitário de Copenhagen, na Dinamarca, publicaram pesquisa na revista médica Lancet. Eles observaram que o método tem se mostrado benéfico para questões que vão além do rejuvenescimento facial – como para aumentar a retenção do volume das mamas, principalmente se comparado a procedimentos convencionais.

Para chegar a essa conclusão, eles notaram que enxertos de gordura contendo células-tronco conservaram seu volume inicial após 121 dias em 81% dos pacientes. É um número bastante superior ao do grupo de controle que não as usou – cuja taxa de manutenção foi de apenas 16%.

Acredita-se que isso possa revolucionar o campo da cirurgia reconstrutiva. Eles indicam que esse uso será benéfico principalmente para a terapia de reconstrução das mamas após câncer ou deformidades decorrentes de traumas.

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