A testosterona pode ajudar mulheres na pós-menopausa a obter um maior pique no quarto e na academia. Após uma histerectomia, esse hormônio pode ser uma ferramenta útil para o rejuvenescimento.
Um estudo recente testou a utilização de diferentes doses de testosterona em um grupo de mulheres na pós-menopausa que tinham sofrido uma histerectomia, e também apresentavam baixos níveis de testosterona.
Os resultados do estudo mostraram que conforme as doses de testosterona aumentavam, maior o aumento na função sexual, massa corporal magra, força e potência muscular das mulheres.
Grace Huang, MD, da Boston University School of Medicine e Brigham and Women’s Hospital em Boston, liderou uma equipe para investigar o uso de testosterona em mulheres na pós-menopausa que passaram por uma histerectomia.
Após uma mulher ter o seu útero removido, conhecido como histerectomia, ela pode experimentar alterações físicas e sexuais.
Para este estudo, os pesquisadores testaram a terapia de testosterona em 71 mulheres que se submeteram a uma histerectomia – com ou sem a remoção dos ovários.
Todas as mulheres recrutadas para o estudo tinham níveis de testosterona abaixo de 3,5 pg/ml. Todas as participantes receberam adesivos de estradiol durante 12 semanas e, em seguida, foram divididas aleatoriamente em um dos cinco grupos.
O grupo um recebeu uma dose falsa, ou placebo, e aos outros receberam semanas de uma das quatro doses de testosterona: 3 mg, 6,25 mg, 12,5 mg, ou 25 mg durante 24 semanas.
Após 24 semanas, as mulheres foram questionadas sobre as mudanças na função sexual e realizaram testes dos níveis de testosterona no sangue, massa corporal magra, massa gorda, força e potência muscular.
Em média, os níveis de testosterona foram de 19 ng/dL no grupo placebo, 78 ng/dL no grupo de 3 mg, 102 ng/dL no grupo de 6,25mg, 128 ng/dL no grupo de 12,5 mg, e 210 ng/dL no grupo de 25 mg.
Comparado com o grupo placebo, as mulheres dos grupos 3 mg, 6,25 mg e 12,5 mg relataram maior desempenho sexual e desejo. O maior aumento na função sexual foi encontrado entre as mulheres do grupo de 25 mg, que relataram um aumento de 2,7 encontros sexuais por semana desde o início do estudo.
“Uma preocupação principal com a terapia de testosterona é que ela pode causar sintomas de masculinização entre as mulheres. Esses sintomas incluem crescimento indesejado de pelos, acne e o tom de voz mais grosso. É importante observar que muito pouco desses efeitos secundários foram observados em nosso estudo”, disse o Dr. Huang em um comunicado à imprensa.
Não foram encontradas alterações na massa gorda entre todos os grupos de dosagem de testosterona. Apesar disso, a massa corporal magra, a força muscular e a potência melhoraram em todos os grupos de testosterona, mas as maiores melhorias foram encontradas nas mulheres que tomaram doses superiores − especialmente a dose de 25 mg de testosterona.
Não foram encontradas alterações em medidas metabólicas (pressão arterial, colesterol e glicemia de jejum) entre as mulheres que tomaram testosterona em qualquer dose. Os pesquisadores sugeriram que tomar testosterona não aumenta o risco de desenvolver uma doença cardíaca com base na ausência de mudanças nas medidas metabólicas.
Os autores do estudo recomendam mais estudos para determinar a segurança do uso da testosterona em mulheres depois de passarem por uma histerectomia.
Esse estudo foi publicado em novembro na Menopause.