Saiba mais com a especialista em família e divórcio M. Gary Neuman, que dá excelentes dicas sobre como se separar sem destruir seus filhos emocionalmente.
Separar-se é algo difícil, e pode ser especialmente duro para os filhos. Os filhos do divórcio podem sentir que foram os mais atingidos pelo fim do relacionamento de seus pais. Alguns são convidados a selar a paz entre ex-maridos e ex-mulheres em guerra, mesmo quando estão de luto pela perda de um pai ou mãe que se mudou abruptamente. Outros precisam lidar com pais que de repente não conseguem enfrentar as tarefas diárias, como fazer o jantar ou ajudar com a lição de casa.
Muitas crianças carregam as cicatrizes da batalha do divórcio na idade adulta — feridas que nunca precisariam ter sido infligidas. Mas os cônjuges separados podem ajudar a interromper o dano ao administrar o seu próprio comportamento antes que a tinta seque nos papéis do divórcio. A especialista em família e divórcio, M. Gary Neuman, LMHC, oferece excelentes dicas aos “ex” sobre como se separar sem destruir seus filhos emocionalmente a longo prazo.
1. Não faça do seu filho um mensageiro …
“Muitos pais tentam se comunicar por meio de seus filhos”, diz Neuman, “o que causa estresse emocional indevido sobre eles e os obriga a negociar uma situação que os seus próprios pais não conseguem administrar. O e-mail é uma excelente ferramenta atualmente para se comunicar com o seu ex-cônjuge. Ele permite que você discuta especificamente os aspectos práticos da criação dos seus filhos sem entrar em áreas negativas e abrir velhas feridas. Ele também fornece uma mensagem registrada, admissível no tribunal, assim os pais tendem a ter mais cuidado ao utilizá-lo.
“Se você deseja ou precisa falar com seu ex por telefone ou pessoalmente, esteja focado e permaneça na tarefa, e, o mais importante, não engula a isca, se ele ou ela destilar a sua raiva. Basta dizer: ‘Eu entendo os seus sentimentos, mas estou aqui para discutir as tarefas escolares dos nossos filhos’. Faça a coisa certa. A saúde emocional do seu filho depende disso.”
2. … ou procure seu terapeuta.
“Os adolescentes gostam de se sentir no controle, e o divórcio vira o seu mundo de cabeça para baixo”, diz Neuman. “Não caia na armadilha de compartilhar detalhes do divórcio ou de seus sentimentos de raiva sobre o seu ex com os seus filhos mais velhos. A sua própria ansiedade e necessidade de controle faz com eles sejam ‘compreensivos’ com o que você está passando, mas você precisa ser o pai. Obtenha ajuda externa para si próprio, faça terapia se necessário, e mantenha esses limites. Fazer do seu filho o seu porta-voz é errado e causa-lhe danos”.
3. Procure “entender” o seu filho.
“As crianças precisam se sentir compreendidas”, afirma Neuman, e após um divórcio seus sentimentos podem entrar em ebulição. “Ouça-os. Não lhes diga o que você pensa. E isso pode ser difícil, mas nunca critique o seu ex — é uma crítica ao seu filho, que, certamente, é 50% do seu ex-marido ou esposa. Responda especificamente o que eles estão dizendo. Diga: ‘Parece que você está se sentindo triste/bravo/chateado sobre o encontro com a nova namorada do seu pai, não é mesmo?’ Como pai, você não tem que ter uma solução. Você só precisa ouvi-los.
“E não “editorialize”. Você pode sugerir que o seu filho escreva seus sentimentos e compartilhá-los com o seu ex, mas apenas se ele quiser fazer isso. Permaneça treinado sobre os sentimentos do seu filho, não os seus. A cura vem por meio de uma ligação de amor e de se sentir compreendido”.
4. Evite o terceiro grau.
“Eu digo aos pais para tratar o fim de semana do seu filho com o seu ex-cônjuge como se a criança tivesse acabado de ir visitar uma tia ou tio”, diz Neuman. “Não dizer nada deixará seu filho estressado, como se ele devesse compartimentar dois mundos e transitar em torno desta outra experiência. Por outro lado, arguir o filho o coloca bem no meio, que é uma posição impossível emocionalmente. Então, pergunte se ele se divertiu e questões gerais, que difundem a tensão. E, em seguida, deixe-o ir”.
5. Repare o dano que você já causou.
Muitos pais divorciados podem reconhecer os erros que involuntariamente fizeram com seus próprios filhos ao ler essas dicas. É tarde demais para desfazer o dano emocional de uma separação litigiosa? “Não, as crianças são muito indulgentes”, diz Neuman, “pelo menos até atingirem a adolescência, quando a raiva pode estar mais cimentada. Se você cometeu erros, é importante fazer o seguinte:
- Peça desculpas para eles. Dizer que você está arrependido tem um forte apelo para os seus filhos.
- Explique em detalhes exatamente o que você fez de errado, e depois comprometa-se a mudar o seu comportamento a partir daquele momento.
- Dê ao seu filho um sinal seguro e específico −- por exemplo, diga ao seu filho para levantar a sua mão quando você começar a criticar o seu ex − o que serve como um alerta para você, dizendo-lhe em termos inequívocos que você está fazendo isso novamente e precisa parar imediatamente”.
