Utilizadas há milênios para curar problemas de saúde, as plantas medicinais podem ser usadas de diversas formas, seja como chá, unguentos, florais e mesmo como fitoterápidos (remédios com base em plantas, mas produzidos em laboratório). Este é um conhecimento que passa de geração em geração. As plantas passam a ser consideradas medicinais quando são usadas de forma tradicional como remédio, aliviando sintomas, prevenindo e curando doenças. É, em muitos casos, uma alternativa à medicina alopática, pois estas ervas trazem menos efeitos colaterais que os remédios convencionais.
1) As plantas medicinais no Brasil
Uma pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que cerca de 80% da população de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, usam as plantas medicinais, mesmo que para complementar a alopatia. Em um país que possui uma flora diversa como o nosso, são centenas as combinações e variedades de remédios tradicionais, que variam de região para região.
É importante lembrar que, pelo fato de se tratar de uma planta e não de um remédio produzido em laboratório, a possibilidade de ocorrência de efeitos colaterais e mesmo reações adversas caso a erva seja ministrada de forma inadequada não é descartada.
2) Cuidados na hora da compra
Começar um tratamento com ervas medicinais não significa carta branca para a auto-medicação. É muito importante sempre consultar um especialista antes de começar qualquer tratamento médico. Saber qual é a melhor opção para você e seguir de maneira rigorosa a dosagem recomendada pelo profissional é o primeiro passo rumo à saúde, pois imprudências podem causar efeitos adversos ou mesmo não trazer os resultados esperados.
As plantas com propriedades medicinais, quando usadas com esta finalidade, devem ser adquiridas de procedência confiável, estar frescas e bem embaladas. Os chás podem ser comprados em supermercados e lojas de produtos naturais, enquanto os fitoterápicos só podem ser vendidos em farmácias e lojas especializadas.
Mas atenção, pois as plantas também podem ter contra-indicações. Confira na embalagem se a planta é própria para uso em gestantes, lactantes ou pessoas com problemas cardíacos, renais e de fígado, por exemplo.
3) Qual é a diferença entre ervas medicinais e fitoterápicos?
A planta medicinal é aquela que conta com uma longa tradição de uso como medicamento na comunidade, que possui um longo e reconhecido histórico de cura de doenças e alívio de sintomas. As ervas devem estar embaladas de forma apropriada e no rótulo devem constar suas especificações. Já o fitoterápico é um remédio que traz a planta como sua matéria-prima, aproveitando seus benefícios para o organismo em, por exemplo, comprimidos. Esse tipo de remédio deve ser produzido em laboratórios autorizados e obter registro da Anvisa para ser comercializado. Chás, homeopatia, própolis e medicamentos manipulados não são considerados fitoterápicos.
4) Atenção ao nome científico
Quando for comprar plantas medicinais, confira se a embalagem traz o nome científico da planta, pois um mesmo nome pode ser usado para diversas plantas diferentes, em partes distintas do País. Um exemplo é a erva-cidreira, cuja denominação pode indicar a erva-cidreira comum (Lippia alba), o capim-cidreira (Cymbopogon citratus) e a melissa (Melissa oficinalis).
É importante observar como a erva foi armazenada, pois a exposição ao ar e ao calor pode anular o princípio ativo da planta ou mesmo contaminá-la com fungos e outros microorganismos.
5) As principais contra-indicações
Pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, pressão alta, câncer, diabetes, epilepsia, problemas de coração, rins ou fígado devem sempre conversar com um médico antes de iniciar um tratamento, seja apenas com ervas medicinais ou com fitoterápicos. Assim é possível indicar produtos mais adequados ao problema levando em consideração as restrições de saúde e a posologia adequada.
Se você passará por uma cirurgia, comunique ao seu médico se você faz uso da medicina tradicional, consumindo ervas ou fitoterápicos, pois alguns medicamentos podem interferir na reação do anestésico e até causar hemorragias.
6) Plantas calmantes
As ervas medicinais mais utilizadas pela população são as calmantes, que oferecem benefícios como diminuição da ansiedade em seus casos mais leves e insônia, além de melhorar de forma significativa a qualidade do sono. As opções mais comuns, receitadas até mesmo por médicos mais adeptos da alopatia, são o maracujá e a valeriana. A primeira pode ser consumida em sucos, alimentos, chás ou até fitoterápicos. Já a valeriana, o calmante natural mais usado na Europa, é usado em forma de chá, feita com a raiz, ou comprimidos fitoterápicos.
Atenção! A valeriana não é recomendada para crianças e gestantes.
7) Plantas medicinais para aliviar problemas de estômago
Má digestão, gases, enjoos, sensação de desconforto no estômago e no intestino, entre outros problemas simples de saúde, podem ser resolvidos com ervas como o gengibre, usado em muitos países como condimento. Pode ser usado como alimento, chá e pó, além dos fitoterápicos. É usado tradicionalmente como forma de tratar as náuseas e vômitos da gravidez, e tem potente ação anti-inflamatória. Já o boldo, que é considerado a erva mais utilizada como remédio no Brasil, é ideal para combater azia e má digestão. A planta deve ser ingerida em forma de chá.
O uso do bolso não é recomendado às grávidas, lactantes e pessoas com hepatite.