A dieta cetogênica é um plano alimentar estruturado para fins terapêuticos, mas também é usado para a perda de peso por meio da retirada dos carboidratos no dia a dia. Ela proporciona maior consumo de gorduras e proteínas e pouca ingestão de carboidratos. Isso faz com que o organismo do indivíduo entre em estado de cetose.
O termo cetose é utilizado quando o jejum de carboidratos faz aumentar o nível de cetonas no sangue e na urina, resultando ainda em perda rápida de peso, pois o organismo queima primeiro os estoques de glicose, para depois começar a procurar a gordura para queimar.
Por causa dos diversos efeitos colaterais ocasionados pela dieta, o acompanhamento médico é essencial.
Origem da dieta cetogênica
A dieta cetogênica foi elaborada com fins terapêuticos – e não para emagrecimento. Segundo a nutricionista Lília Refosco, crianças pequenas com determinados tipos de epilepsia são fortes candidatas desse plano alimentar. “A dieta é indicada porque nesses casos ela auxilia no controle das crises”, explica a nutricionista.
O público inicial, portanto, seria constituído de crianças com crises de epilepsia que não respondem ao tratamento convencional de drogas antiepiléticas. Os primeiros estudos datam de 1911, mas a dieta começou a se popularizar em torno das décadas de 1920 e 1930.
A dieta cetogênica é para todos?
Segundo a nutricionista, crianças com epilepsia passam por toda uma preparação e utilizam a dieta por um prazo longo. “É um tratamento e é preciso ser acompanhado passo a passo”, relata Lília. Um dos riscos é o de desidratação. A dieta cetogênica exige que se tome muita água.
Adultos costumam ter maior facilidade de adaptação, mas apesar de resultar em emagrecimento, no entanto, a dieta cetogênica não é indicada para pessoas que não precisem passar por ela, ao menos não a longo prazo.
“A dieta retira nutrientes importantes. E não há sentido em passar por essa privação sem indicação médica”, pondera.
Na dieta cetogênica, devem ser retirados alimentos como arroz, massas e pães. Carnes, peixes, ovos, hortaliças, legumes, chás sem açúcar, gorduras, maionese, azeites e óleos são permitidos no plano alimentar.
A nutricionista lembra que o açúcar está presente não só em doces. Batatas, cenouras e frutas, por exemplo, também contêm a substância. Ao reintroduzir o carboidrato no dia a dia, a cetose é interrompida.
A recomendação é de que a dieta seja personalizada, considerando a idade, peso, altura e propósito, como no caso de controle de crises de epilepsia. Existem diferenças entre fases da dieta para crianças e adultos. Por isso, o planejamento deve ser individual.
Estudos mostram alguns outros possíveis efeitos colaterais desse plano alimentar, como mau hálito, prisão de ventre, câimbras, dor de cabeça e tonturas. Outros efeitos são relacionados ao aumento de colesterol e funcionamento do fígado, reforçando a importância sempre do acompanhamento médico e de estar com os exames em dia.
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