Que todas as mulheres têm celulites, não é novidade, mas o que muita gente não sabe é como este problema se tornou de fato o terror delas. Apesar do elevado número de informações sobre a celulite, suas causas e tratamentos, existem ainda muitas dúvidas. Por isso, vamos apresentar para vocês agora 10 coisas que certamente você não sabia sobre a celulite.
10 coisas que você não sabia sobre celulite
1. Celulite foi descoberta em 1873. A palavra apareceu pela primeira vez na 12ª edição do Dicionário de Medicina Littré e Robin. Ela é descrita como uma “inflamação do tecido celular ou laminar”. Se até então a celulite era considerada parte integrante do corpo, neste momento ela passou a ser considerada como um elemento particular, isolado. “Antes, a sua alteridade em relação ao resto do corpo não era reconhecida como problema, nem mesmo era percebida”, diz Rosella Chigi.
2. A palavra celulite é formada por ‘cellula’ (célula) e o sufixo “ite”, que indica uma condição inflamatória aguda.
3. Celulite começa a ser ‘demonizada’ a partir dos anos 20 pelos médicos, que passaram a ver o problema como uma doença devido a sua capacidade de “envenenar o corpo”. Aos poucos foram encontrando outras partes do corpo onde a celulite se instalava, como a ‘celulite pélvica’, de tornozelos e até mesmo celulite no pescoço. Isso se deu pelo fato de que estas eram as únicas partes do corpo feminino que podiam ser vistos em público.
4. Já nos anos 30 e 40, as revistas femininas começaram a divulgar práticas médicas contra a celulite. Em suas páginas, a celulite era descrita como “carne degenerada”, “um monte de lixo tóxico”, uma “mistura de água, algo próximo de urina e de sangue”. Nada apetitoso.
5. Algumas revistas chegaram mesmo a afirmar que a celulite era a doença da mulher moderna. A vida da cidade? Tóxica! O trabalho? Uma atividade cansativa e desgastante para o corpo. Sem dúvida, este modo de vida cosmopolita e desenfreado é uma das causas da celulite. Segundo Rosella Chigi, “alguns autores consideram que na base da implantação deste ‘mito da beleza’ está uma verdadeira estratégia de mídia, especificamente concebido para preservar o poder dos homens contra a ascensão da independência económica das mulheres e de sua entrada no mercado de trabalho remunerado”. Neste sentido, a revista francesa Votre Beauté escreveu em 1937: “Entenda que, para nós, qualquer um pode ter quadris estreitos e um quadril normal, mas desde que você leve uma vida normal, como vivia o animal humano de cem anos atrás, não uma vida artificial civilizada como vivemos”.
6. Segundo Rosella Chigi, a obsessão com a celulite vai ser exportada para os Estados Unidos somente no final dos anos 60, misteriosamente poupado o fenômeno por quase 100 anos após a sua invenção pela medicina francesa.
7. Foi preciso esperar 70 anos para que os médicos franceses explicassem que a celulite foi uma doença realmente “inventada”. Mesmo esta declaração não foi o suficiente para acalmar esta verdadeira “psicose anticelulite”, que continua a pleno vapor.
8. Todas as mulheres têm celulite, desde a puberdade. “É natural, fisiológico, é parte do charme feminino! Celulite não é de forma alguma prejudicial à saúde”, conforme afirma o endocrinologista Alain Scheimann.
9. É impossível “erradicar” a celulite. A celulite não pode ser corrigida. O que pode ser mudado é reduzir sua incidência (o famoso efeito casca de laranja) com cremes, massagens e géis especiais, mas, assim que a pessoa para o tratamento, ela retorna. “A melhor maneira de reduzir a celulite é ter um estilo de vida saudável com uma dieta saudável e dormir bem”, aconselha o Dr. Alain Scheimann.
10. Algumas mulheres vivem bem com a sua celulite. Um caso que ficou muito conhecido foi o de Viktoria Erickson, uma jovem estudante americana. Após um grande susto ao perceber suas celulites em uma foto ela decide assumir sua realidade e postou na internet um texto inspirador. “Decidi que amo esta foto realista e imperfeita, a ponto de aceitar, compartilhar e até mesmo celebrar. Porque eu decidi lutar contra meus demônios e incorporar esta imagem, porque eu não tenho tempo nem energia para me deixar para baixo. Porque isso não é importante”.
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