A trombose venosa cerebral (TVC) é um tipo de acidente vascular cerebral que acontece quando um coágulo de sangue entope uma das veias do cérebro, impedindo a circulação de sangue e a perfeita oxigenação do sistema cerebral.
Como ocorre a trombose venosa cerebral
É importante entender que dois sistemas compõem a vascularização intracraniana: o sistema arterial e o sistema venoso. O cérebro depende igualmente dos dois sistemas para ser abastecido com glicose e oxigênio.
O sistema venoso – afetado pela doença – é responsável pela drenagem do sangue, permitindo a entrada de mais sangue pelas artérias e impedindo que o cérebro fique congestionado.
Quando uma trombose venosa cerebral ocorre, o sangue continua a chegar ao cérebro, mas encontra dificuldade em sair, congestionando o fluxo sanguíneo na rede capilar. Com isso, o tecido cerebral da região afetada deixa de ser irrigado corretamente.
Como as artérias continuam desobstruídas, o suprimento sanguíneo na região não é interrompido, o que ocasiona o extravasamento de sangue no leito vascular.
Ao contrário do que se poderia supor, a doença é rara e corresponde a menos de de 2% dos casos de AVCs. A grande maioria está relacionada a acidentes do sistema arterial, e não venoso: o popular infarto.
Sintomas da trombose venosa cerebral
Os sintomas da doença podem ser inespecíficos e típicos de qualquer AVC:
– Dor de cabeça (presente por vários dias)
– Alteração de comportamento
– Alteração da visão
– Sensação de pulsar do coração dentro da cabeça
– Náuseas
– Vômitos
– Febre
– Alteração do nível de consciência
– Crise convulsiva
Doença de difícil diagnóstico
O tratamento da doença é baseado na combinação de heparina intravenosa e anticoagulação oral. O uso de anticonvulsivantes, analgésicos e a redução do aumento da pressão intracraniana também podem ser medidas adotadas no tratamento.
O grande problema da trombose venosa cerebral é justamente os sintomas inespecíficos que acometem o paciente. Essa situação acaba retardando o diagnóstico, que é absolutamente crucial para o início do tratamento e está diretamente relacionado à chance de reversão do processo de trombose.
Apenas por meio de um diagnóstico veloz e de um tratamento imediato é possível reduzir complicações e sequelas, já que a doença pode causar danos irreversíveis no cérebro. Estudos recentes mostram que a taxa de mortalidade da doença varia entre 5% e 15%.
O diagnóstico é obtido por meio de exames de imagem. É papel do médico suspeitar da trombose venosa cerebral e solicitar os exames de imagem para a avaliação cerebral e do sistema vascular. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são métodos de imagem que permitem analisar tanto o sistema vascular encefálico como as outras estruturas intracranianas relacionadas.
Causas da doença nem sempre são claras
A trombose venosa cerebral é mais comum em mulheres jovens e se dá por alteração na coagulação sanguínea. Uma série de causas podem desencadeá-la: uso de anticoncepcional oral, distúrbios congênitos, infecções em regiões próximas às veias do cérebro (sinusites, mastoidites, otites), doenças reumatológicas ou sanguíneas e tumores. A causa, no entanto, não é encontrada em cerca de 25% dos casos, segundo alguns estudos.
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