O câncer de mama é provavelmente a doença mais temida pelas mulheres. Muito devido à sua alta frequência – mas, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal.
Só neste ano, 49 mil brasileiras devem ser diagnosticadas com a neoplasia, segundo o Instituto Nacional do Câncer. A boa notícia é que, se diagnosticada precocemente, a doença tem 95% de chance de cura.
Publicitária venceu o câncer de mama
O câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. A publicitária Renata Miranda Sarmento, mesmo não tendo nenhum histórico familiar, descobriu a doença aos 32 anos, no auge da carreira e da fertilidade.
“Foi uma surpresa, pois não tenho caso de câncer da família” afirma. O histórico familiar, que no caso da Renata não teve influência, é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau foram acometidas antes dos 50 anos de idade.
Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos da doença.
Câncer de mama e o diagnóstico
O diagnóstico precoce do câncer de mama é o que vai ditar a eficácia do tratamento. Isso porque o tumor mamário dobra de tamanho a cada 3 meses – e mais medidas são necessárias quanto maior ele for.
O autoexame das mamas é um grande aliado, mas o diagnóstico preciso só é feito pelo exame de mamografia e ecografia mamária.
O tratamento
O tratamento para o câncer de mama vai depender da extensão da doença. Quando diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial de cura. Quando há evidências de metástases, o tratamento tem por objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida da paciente.
As modalidades de tratamento podem ser divididas em: local, com uso de cirurgia e radioterapia; e sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
No caso de Renata, foram necessárias quatro sessões de quimioterapia vermelha a cada 21 dias e 12 sessões da quimioterapia branca, uma vez por semana. Cumprida esta etapa, foram necessárias mais 30 sessões de radioterapia. “Hoje tomo tamoxifeno, e o tomarei durante os próximos 5 anos”, explica.
O drama da queda de cabelo
Os principais efeitos físicos do tratamento para o câncer de mama são fraqueza muscular, dores no corpo, enjoos e a queda de cabelo, consequência mais marcante para as mulheres.
“A queda de cabelo é tensa, mas aos poucos a gente se acostuma. E, ver que meu marido, que era meu noivo na época, continuou me olhando do mesmo jeito, mesmo careca, me ajudou demais” lembra.
A quimio e radioterapia também provocam mudanças no corpo que influenciam na sexualidade e podem provocar infertilidade. Por isso, é indicado que a paciente faça o congelamento de óvulos, como foi o caso de Renata.
O que a doença ensina
Passar por uma doença tão agressiva como o câncer de mama e vencer faz com que as mulheres vejam a vida de uma maneira diferente. Repensar as atitudes, os sonhos, a maneira de ver a vida são lições descritas por quem superou a doença.
Renata, hoje com 33 anos, conta que aprendeu a dar valor aos pequenos momentos de alegria. Não dá mais tanta importância a coisas supérfluas. Hoje o seu lema é “Viva cada minuto da sua vida como se fosse o último!”, completa.