Além de fundamental para a sobrevivência, o sangue é uma das poucas substâncias na natureza que não possui um similar sintético. É, portanto, insubstituível. Por isso, quando uma pessoa necessita de reposição do fluído, a única opção viável consiste em realizar uma transfusão de sangue.
Mas, para que se obtenha êxito, é preciso encontrar um doador voluntário, saudável e, principalmente, com fator Rh compatível.
Registros históricos indicam que a primeira transfusão de sangue aconteceu no século XVII, ocasião em que o médico francês Jean-Baptiste Denis conseguiu transferir o fluído de uma ovelha para um ser humano.
O procedimento, no entanto, não obteve os resultados esperados e a técnica só tornou-se segura 250 anos mais tarde, quando foram descobertos os grupos sanguíneos (A, B, AB e O) e as questões de compatibilidade, que incluíram a necessária divisão de fator Rh (Rheso) entre negativo e positivo.
Contudo, a transfusão de sangue só pode ser adotada em larga escala no século passado, a partir de avanços como o armazenamento, surgido durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e da criação de bancos de sangue, pela Cruz Vermelha, na década de 1930.
O que é transfusão de sangue
Denomina-se transfusão de sangue todo e qualquer procedimento que envolva a transferência de algum hemocomponente (glóbulos vermelhos, hemoglobina e plaquetas) entre doadores e um receptor.
O processo é sempre realizado com o objetivo de substituir ou restaurar os níveis dos componentes em déficit na corrente sanguínea do paciente, aumentar sua capacidade de transportar o oxigênio ou elevar sua imunidade, corrigindo distúrbios da coagulação.
Em geral, visa-se a reposição específica dos hemocomponentes faltantes, a fim de evitar desperdícios e atender mais casos a partir de um mesmo material coletado.
Quando é indicada a transfusão de sangue
A transfusão de sangue é indicada para restabelecer as condições orgânicas de um paciente, em diversas circunstância, seja por consequência de uma cirurgia de alta complexidade ou acidente que inclua alguma forma de traumatismo ou hemorragia.
O procedimento é adotado, ainda, em partos nos quais há grande perda sanguínea e nos casos de doenças crônicas que envolvam desordens de sangramento, tais como hemofilia e diabetes.
É bastante comum também em vítimas de anemias crônicas, portadores de câncer sujeitos a quimioterapia, transplantados da medula óssea e vítimas de doenças genéticas como a talassemia e a doença falciforme.
Como acontece
O processo de transfusão de sangue inicia com a solicitação feita pelo médico do paciente, especificando o tipo (concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco ), o volume e a característica (leucodepletado, irradiado) do hemocomponente a ser transfundido.
Em seguida é feita a seleção do doador e encerra com a infusão da substância na corrente sanguínea do receptor.
Por se tratar de um procedimento de alto risco, toda a operação obedece rigorosas normas estabelecidas tanto pela Anvisa (Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde dos Estados), assim como da Associação Americana de Bancos de Sangue (American Association of Blood Banks – AABB – EUA).
No total, o processo dura em torno de uma hora e a extração do fluído do doador não ultrapassa 10 minutos. São recolhidos aproximadamente 450ml de sangue, que é vedado em bolsas plásticas preparadas com um composto anticoagulante. Esse plasma é refrigerado e tem 42 dias de vida útil.
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