Clínica Geral

Como tratar a língua presa: entenda as causas do problema

Por Redação Doutíssima 15/12/2014

Talvez você não tenha notado, mas a atriz americana Drew Barrymore e o ator escocês Sean Connery têm um problema em comum: eles têm a língua presa. Mesma dificuldade enfrentava o terceiro presidente dos Estados Unidos e principal autor da declaração de independência daquele país, Thomas Jefferson, descrevem registros.

 

No Brasil, também há casos famosos de língua presa. O pagodeiro Dudu Nobre admitiu tal comprometimento da dicção e o ex-jogador de futebol hoje político Romário já fez até piada do próprio problema em comercial de TV.

língua presa

Problema pode ser amenizado com exercícios e medicamentos. Foto: iStock, Getty Images

Tecnicamente chamada de anciloglossia, a língua presa é explicada como uma pequena anomalia onde a língua fica afixada por uma faixa de tecido conhecido como frênulo (popularmente denominado de freio) na parte inferior (assoalho) da boca. Tal condição leva à restrição de movimentos que resulta em um conjunto de prejuízos ao indivíduo.

 

O frênulo médio normalmente tem início no meio do chão da boca e se estende até a metade da língua. Em alguns, essa membrana é mais curta, provocando, assim, a língua presa.

 

Língua presa atrapalha mais que a fala

 

Pessoas com suspeita de língua presa costumam ter dificuldades de pronúncia, especialmente na reprodução dos sons das letras ‘s’, ‘r’, ‘l’, ‘d’, ‘x’ e ‘z’. Porém, não é só na fala que o indivíduo com língua presa percebe barreiras. A disfunção pode comprometer o simples ato de mastigar, engolir e até de beijar.

 

Em bebês, a língua presa deve ser notada durante a amamentação. A criança pode, portanto, apresentar dificuldades em segurar o bico do seio além de problemas para manter a sucção durante o aleitamento; demonstrar perda de peso; e ter comportamento inquieto ou irritado mesmo após ter sido alimentado.

 

A recomendação nestes casos é buscar primeiramente a orientação de um consultor em lactação. Se o recém-nascido seguir sinalizando inadequações, peça ao médico para realizar o Teste da Linguinha, exame específico que detecta a língua presa.

 

A anciloglossia é hereditária e pode, se não tratada ainda na infância, afetar o futuro convívio social do adulto. A intervenção cirúrgica é uma das soluções propostas para reverter os quadros.

 

O procedimento-padrão é o simples corte do tecido embaixo da língua. Os riscos de infecção e de sangramentos posteriores são existentes, mas mínimos. Não há idade específica para submeter-se a esta modalidade de operação.

 

Tratamento da língua presa inclui exercícios

 

Dependendo do grau de restrição dos movimentos, é possível tratar a língua presa com exercícios orientados pelo fonoaudiólogo. Em casa, algumas práticas podem colaborar à redução dos efeitos da sutil anormalidade.

 

Aí incluem-se: chupar pirulitos, sobretudo quando o doce é posicionado embaixo da língua de forma a alongar o frênulo; estalar, imitando o trote de cavalo; massagear o ‘freio’ com a própria língua, visto que isso auxilia no alongamento do mesmo.

 

Outros exercícios que podem ajudar ainda são: pôr a língua para dentro e para fora repetitivamente para fortalecer os músculos; fazer séries de rotação, girando a língua no formato de espiral.

 

Sempre que possível, a pessoa com diagnóstico de língua presa deve pedir orientações não apenas do médico, mas também do dentista e do profissional de fonoaudiologia para que o problema possa ser contornado por uma equipe multidisciplinar.

 

 

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