Uma doença rara, de causas desconhecidas e sem cura. Essa é a dermatomiosite, enfermidade que acomete a pele e principalmente os músculos, causando enfraquecimento dessa estrutura. Para as pessoas que são portadoras da doença, tarefas como subir uma escada ou, nos casos mais graves, erguer o pescoço, são quase impossíveis.
O que é dermatomiosite?
A dermatomiosite é uma infecção crônica que inflama a musculatura e a pele. Em geral, traz muitas complicações aos músculos porque enfraquece essa estrutura. Embora mais comum em adultos, ela pode se iniciar antes dos 16 anos – sendo denominada, nesse caso, como dermatomiosite infantil.
No Brasil, não há informação sobre a incidência de pessoas que podem ter a doença, mas dados de associações de saúde dos Estados Unidos e Inglaterra mostram que é de 0,4 a 0,5 para cada 100 mil habitantes.
Ela está na lista das doenças autoimunes, ou seja, aquelas em que o sistema imunológico ataca o próprio corpo e que causam a enfermidade. Há também o fator de predisposição genética, que provoca a infecção dos vasos sanguíneos de maneira crônica.
Como se manifesta a dermatomiosite
Em 70% dos casos, a dermatomiosite acomete as pessoas de maneira gradativa. Os sintomas iniciais são perda de peso, febre, mal-estar e erupção cutânea. Na fase mais avançada ou com início agudo, o que representa em torno de 30%, há o enfraquecimento muscular imediato.
Nos casos agudos, ela pode debilitar a pessoa em semanas ou em meses. O grande problema é que os músculos mais afetados são aqueles que ficam mais no centro do corpo. Por isso, movimentos como sentar, levantar, subir e descer escadas ou até erguer o braço ficam comprometidos.
Nos casos graves, quando os músculos do pescoço são afetados, esses não têm força para manter sequer o peso da cabeça. Se afetam o esôfago, comprometem o aparelho digestivo e dificultam a deglutição.
Em 30% dos casos, dores nas articulações e inflamações são comuns. Mesmo nos estágios mais avançados, os músculos do rosto, mãos e pés não são afetados. Porém, a pele da face pode apresentar erupções cutâneas (eritema heliotrópico) ao mesmo tempo em que os demais músculos vão ficando debilitados.
A pele ao redor dos olhos pode apresentar um vermelho puxado para o roxo como característica da dermatomiosite.
Diagnóstico e tratamento da doença
Esse vem sempre por meio das suspeitas do profissional de saúde diante das queixas apresentadas e da fraqueza dos músculos. O médico solicita exames para verificar se há um aumento de algumas enzimas musculares e, em alguns casos, até biópsia do músculo.
Com um instrumento chamado eletromiógrafo é feita a análise das atividades musculares, o que auxilia a descartar outras doenças.
A dermatomiosite não tem cura. O tratamento serve para dar mais qualidade de vida ao paciente, ajudando a controlar as infecções. A principal recomendação medicamentosa é o uso de corticoides e prednisona, o qual, nos adultos, deve ser continuado por tempo indefinido para evitar a volta dos sintomas.
Para as crianças, esse deve ser descontinuado após um ano que a doença tiver sido controlada. Restabelecer a força muscular é o que o tratamento proporciona e, por esse motivo deve ser seguido conforme a orientação do médico para surtir o efeito desejado.
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