Desempenho é a palavra de ordem para atletas, em especial aqueles que fazem do esporte a sua profissão. Para conquistar resultados, alguns fazem uso de anabolizantes. Entretanto, essa forma não é considerada saudável para alcançar o sucesso. Além disso, pode ter consequências terríveis para a saúde da pessoa.
Fabricados para o tratamento de patologias e enfermidades ligadas principalmente às atrofias musculares graves, osteoporoses, anemias e em casos de doenças renais e má formação testicular, os anabolizantes têm sido usados largamente na área esportiva. Atletas e treinadores buscam com eles alternativas para melhorar a performance.
Também chamados de esteroides, eles são drogas relacionadas ao hormônio masculino testosterona, que incrementam a síntese de determinadas substâncias musculares e ósseas. Seu uso deve ser prescrito unicamente por médicos, apenas em casos específicos, pois podem causar problemas de saúde.
Por que anabolizantes são perigosos?
Em excesso, essas substâncias comprometem rins, vesícula e fígado, pois têm difícil metabolização, causando sobrecarga nesses órgãos e trazendo desgaste precoce.
“Podem gerar toxicidade direta nas células renais e hepáticas, acarretando, em algumas ocasiões, doenças graves e fatais, como câncer de fígado”, afirma o clínico geral e especialista em medicina do esporte do Hospital Alvorada, Warlindo Neto.
Segundo Neto, o uso não é proibido, mas a orientação médica é fundamental. “Existem indicações apropriadas e bastante restritas, quando se fala em uso terapêutico, porém deve ser racional e individualizado”, explica.
Outro aspecto grave destacado pelo médico é que o uso inadequado pode gerar dependência. Quando os efeitos diminuem, o indivíduo começa a perder força, massa muscular e fica irritado. No caso do atleta, o nível de competitividade diminui.
“Como os efeitos podem ser revertidos com novas doses, o vício se torna físico, pela questão estrutural do corpo e psíquica, pois promove um decréscimo dos níveis de estresse da pessoa”, alerta Neto.
Outros efeitos negativos dos anabolizantes
O uso indiscriminado de anabolizantes pode ocasionar a ginecomastia, crescimento de glândulas mamárias em homens. Essa doença atinge entre 30% e 40% dos adolescentes e, na maioria dos casos, tem regressão espontânea até atingirem a fase adulta.
Conforme Alieksiéi Carrijo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o que mais vem preocupando a classe médica é o aumento dos casos de ginecomastia justamente entre frequentadores assíduos das academias.
Nesses casos, explica o médico, a cirurgia plástica é o único tratamento, além da suspensão imediata do consumo de anabolizantes.
Mas a questão, de acordo com Carrijo, não é somente o constrangimento do crescimento de seios, abalando a autoestima. Segundo o cirurgião, existem efeitos colaterais ainda piores, como um risco aumentado para doenças do coração e do fígado, além de impotência sexual.
E os perigos não param por aí. O uso dessas substâncias ainda pode atingir os rins, como explica o nefrologista Marcos Alexandre Vieira, diretor clínico da Fundação Pró-Rim. De acordo com Vieira, esses produtos, que estão na moda, podem desenvolver uma doença secundária, conhecida como glomerulonefrite.
Trata-se de um processo inflamatório nos rins, provocando perdas de proteína e sangue pela urina. A partir daí, o quadro pode evoluir para a insuficiência renal crônica. Por isso, adverte o nefrologista, esteroides anabolizantes devem ter acompanhamento médico, além da orientação de nutricionista e educador físico.
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