Mais que uma competição, o jogo de xadrez é uma grande ferramenta para o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. O grande esforço mental que se faz em uma partida, para elaborar e aplicar suas jogadas, promove um raciocínio mais lógico, uma memorização melhor e uma metodologia mais prática dos estudos.
A afirmação é de quem está acostumado a formar campeões. O professor Haroldo Carvalhido, do Colégio Santa Catarina, de Juiz de Fora (MG), explica que, com o jogo de xadrez, o aluno aprende a processar com clareza mais informações ao mesmo tempo e toma decisões mais pensadas e menos impulsivas.
A idade para o jogo de xadrez
Recentemente, Carvalhido comandou a equipe que venceu o X Campeonato Internacional de Xadrez Escolar, além de ter recebido o título de melhor professor de xadrez.
Como docente, ele aconselha o início da prática do jogo de xadrez aos 6 anos. “Mas, como pai eu ensinei minha filha a jogar com 3 anos e com 3 anos e 8 meses ela participou do primeiro torneio”, orgulha-se.
No entanto, engana-se quem imagina que esta é uma prática que deve começar somente na infância ou adolescência. Carvalhido afirma que o jogo de xadrez pode ser assimilado em qualquer idade.
“Se uma criança de 6 anos aprende em uma aula de 50 minutos por semana, por que um adulto não poderia aprender? Falo com toda certeza que, para aprender a jogar, é só ter boa vontade e interesse”, pondera o professor campeão.
O professor de Matemática e de Xadrez Adair Schwambach, , que leciona na Fundação Liberato, em Novo Hamburgo (RS), também fala sobre a época para aprender o jogo de xadrez. Segundo ele, quanto mais cedo a criança puder aprender, melhor. Contudo deve ser estimulada, mas nunca forçada a praticar.
“Não há idade limite para se aprender a jogar xadrez, mas, quanto mais velha a pessoa, maior a dificuldade”, diz Schambach. “Um jogador dos Estados Unidos foi campeão mundial no século 19 tendo aprendido a jogar com 18 anos”, completa.
Reflexos do jogo de xadrez
Os professores falam ainda dos reflexos que percebem na vida cotidiana dos alunos que praticam o xadrez. Segundo Carvalhido, o jogo de xadrez ajuda na solução de pequenos problemas caseiros, na tomada de decisões importantes, na tranquilidade para agir, pensar antes de qualquer atitude, e no melhor relacionamento e autoestima.
Mesmo sendo um esporte individual, diz Carvalhido, o xadrez é altamente inclusivo socialmente, independente da cor, religião, idade ou classe social.
“O grande valor social do xadrez é aproximação das pessoas. Quando estamos jogando, percebemos todos os pontos positivos e negativos do adversário. Com isso, julgamos e avaliamos suas atitudes. Com o passar do tempo, esse adversário se torna uma boa base de troca de informação e a interação social está feita”, comenta Carvalhido.
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