Exames para detectar precocemente a Síndrome de Down na gravidez já existem há algum tempo, porém muitos procedimentos são considerados invasivos. A última técnica a identificar a trissomia 21, no entanto, promete 99% de precisão sem riscos para a mãe e bebê.
Como identificar a trissomia 21
A identificação da trissomia 21, que causa a Síndrome de Down, até pouco tempo dependia de procedimentos invasivos com a coleta de líquido amniótico, outros baseados na medição das proteínas no soro materno ou em rastreamento ultrassonográfico, todos envolvendo riscos ou a resultados falsos positivos.
O exame chamado de teste Harmony foi elaborado pela Ariosa Diagnostics, é um exame do tipo NIPT, sigla em inglês para Non-Invasive Prenatal Testing, ou seja, não invasivo. O resultado do exame sai em cerca de 15 dias e o custo está entre R$2,3 mil a R$ 3 mil, dependendo do laboratório.
A bióloga Sandra Segal, do departamento de Genética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, explica que o exame é não invasivo pois, em vez de utilizar métodos como análise do líquido amniótico, consiste apenas em um exame de sangue. “Gestantes a partir da décima semana podem fazer”, explica.
Além da trissomia 21, podem ser detectadas as síndromes de Patau, do cromossomo 13, e a síndrome de Edwards, da trissomia 18, que envolvem problemas de formação e, muitas vezes, reduzem o tempo de sobrevivência do feto ou do bebê.
Uma das grandes discussões em relação a exames como esse é com relação ao rumo dos pais após saberem o resultado. No Brasil, o aborto é proibido, com algumas exceções, sempre envoltas em polêmicas. Além disso, no caso de identificação da trissomia 21, já existem opções tanto para os pais como para os portadores da síndrome viverem bem.
A presidente da Associação dos Familiares e Amigos do Down, Vera Ione Scholz Rodrigues, lembra que o exame positivo pode servir para que a pessoa se prepare e conheça as possibilidades que alguém com a Síndrome de Down possui. “Hoje já existe até mesmo um hotel, na Itália, totalmente administrado por pessoas com a síndrome”, relata.
Trissomia 21 e inclusão social
A inclusão social de crianças com trissomia 21 está garantida na Constituição Federal, que em seu artigo 205 prevê “a educação como direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Assim, tanto os sistemas público quanto privado de ensino não devem negar matrícula a estudantes com a síndrome. A convivência desses alunos com os demais colegas resulta em bons resultados para todos os lados, por estimular a aceitação dos diferentes. Professores qualificados completam o quadro ideal para o bom desenvolvimento dessas crianças.
Nesse sentido, dados do Ministério da Educação (MEC) também demonstram um aumento de 198% no número de professores formados em educação especial. O número chegou a 97.459 em 2014, quando em 2003, eram 3.691 com essa especialização.
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