Os dados revelados pela última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) vêm repercutindo debates sobre os hábitos dos brasileiros. O levantamento referente ao tabagismo apontou que o uso do narguilé mais que dobrou entre 2008 e 2013, passando de 2,3% para 5,5%. A porcentagem é composta por mais de 212 mil brasileiros que admitiram usar o cachimbo.
O Ministério da Saúde optou por se posicionar diante do quadro e alertar a população sobre os perigos do narguilé. Especialmente porque, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão de narguilé corresponde à fumaça de, aproximadamente, 100 cigarros.
Percentual de fumantes cai, uso do narguilé sobe
O aumento do número de homens que admitem fumar narguilé, especialmente nas idades entre 18 e 24 anos, está na via contrária em relação ao cigarro. Nos últimos nove anos, houve uma redução de 30,7% no percentual de fumantes. Mas os dados recentes da PNS sugerem que o combate ao tabagismo ainda está longe de terminar.
Como o narguilé possui um filtro de água, através do qual a fumaça passa antes de ser aspirada, é comum que seja criada a falsa ideia de que o narguilé não faz tanto mal à saúde. O Ministério adverte, entretanto, que os mesmos componentes nocivos e cancerígenos do cigarro também estão presentes no narguilé.
O tabagismo, segundo os dados divulgados pelo ministério, ainda é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer no país. Além disso, frente aos dados da OMS de que uma sessão de 20 a 80 minutos de narguilé pode equivaler à fumaça de 100 cigarros, se torna mais agravante o fato de que 7% dos brasileiros consultados utilizam o cachimbo diariamente.
Ministério da Saúde e Inca lançam campanha
“Parece Inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar 100 cigarros”. Esse é o nome da campanha lançada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (Inca), para alertar os brasileiros e incentivar mudanças individuais e comportamentais em relação a hábitos nocivos à saúde.
A campanha será veiculada até 30 de setembro através de cartazes, folderes, spots de rádios voltadas ao público jovem e ações nas redes sociais. A proposta é informar a população sobre os malefícios do narguilé e incentivar a ideia de que determinados hábitos não influem apenas em uma pessoa, mas em todo o contexto social e cultural.
Consequências do uso de narguilé
Considerando que o narguilé apresenta as mesmas substâncias tóxicas que o cigarro, o Ministério da Saúde alerta que o uso do cachimbo pode contribuir para o surgimento de doenças respiratórias, coronarianas e, especialmente, aos cânceres de pulmão, boca, bexiga e leucemia.
Além disso, por possuir altas doses de nicotina, também pode gerar dependência química. E o uso do tabaco não é o único alerta: como há compartilhamento bucal no narguilé, há também a possibilidade do surgimento de infecções contagiosas, como herpes, hepatite C e tuberculose.
O Ministério lembra, também, que os narguilés estão incluídos nos produtos proibidos, em 2014, pela regulamentação da Lei Antifumo. Ou seja: estão estritamente banidos em locais de uso coletivo, públicos ou privados.
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