A revista médica British Medical Journal (BMJ) acaba de publicar um estudo sobre a relação entre as gorduras trans e as saturadas com ataques cardíacos. A conclusão dos pesquisadores foi a de que as gorduras trans, presentes na margarina, aumentam em 21% o risco de doença arterial coronariana.
De acordo com a nutricionista Thais Verdi, a indicação atual é a de que esse produto substitua a manteiga. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de margarina, pois a manteiga é rica em gordura saturada e colesterol”, explica.
A nova pesquisa, no entanto, sugere que as gorduras saturadas presentes na manteiga não possuem relação com os riscos de ataque cardíaco. Mas que, ao contrário do que sugerem as dietas atuais, a margarina pode estar relacionada às doenças do coração.
Margarina: mitos e verdades
A margarina possui óleos vegetais insaturados e fontes de ácidos graxos mono e poli-insaturados em sua composição. “Acredita-se que essas substâncias têm propriedades benéficas ao organismo, uma vez que são capazes de colaborar na diminuição do colesterol ruim no organismo” esclarece Thaís.
É importante ressaltar, porém, que a margarina pode possuir, sim, gorduras trans – justamente o objeto de estudo da pesquisa divulgada pela British Medical Journal. Por isso, de acordo com a nutricionista, o ideal é procurar um produto que seja livre dessas gorduras.
Além disso, independente do alimento que você consumir, a dica é tomar cuidado com as quantidades. “Não exagere no consumo, quaisquer que sejam as gorduras em questão. A quantidade máxima recomendada é de oito gramas por dia”, pontua a especialista.
Oito gramas por dia é o equivalente a uma pontinha de faca passada numa fatia de pão. Mas, segundo Thais, o ideal é não consumi-la mais do que três vezes na semana. “No dia a dia, procure substituir ela pode outras fontes de gordura boa: azeite extravirgem, óleo de coco e frutas como abacate e coco”, salienta.
Riscos do consumo excessivo
A pesquisa divulgada pela British Medical Journal reacende novas discussões sobre os perigos das gorduras em produtos industrializados. “Esse também já foi tema de outros estudos, que têm feito correlação entre gorduras trans e doenças cardíacas, diabetes, câncer, baixo peso de recém-nascidos, obesidade e disfunções imunológicas”, conta Thais.
Segundo a nutricionista, estudos do Instituto de Medicina da National Academy of Sciences (EUA) concluíram que gorduras saturadas e gorduras trans elevam o mau colesterol (LDL). Há evidências, também, que apontam que o consumo de gorduras trans reduz o bom colesterol (HDL).
A nutricionista revela, também, que algumas pesquisas estão estudando a possibilidade de que as gorduras trans prejudiquem o funcionamento celular. A tese é a de que elas afetam enzimas e, por isso, interferem na conversão de ácidos graxos essenciais para a saúde.
Diante desse cenário, a dica de Thais – independente de você preferir manteiga ou margarina – é tomar cuidado com as quantidades e procurar fazer trocas inteligentes. “Selecionar alimentos saudáveis é sinônimo de mais qualidade de vida e saúde”, conclui ela.
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