Muitos pais se perguntam como lidar com uma certa fase de rebeldia característica das crianças. Também conhecida como crise dos dois anos, esse período da vida do pequeno é marcado por teimosia, desobediência e choro.
Segundo a psicóloga clínica Belinda Silva Pereira, a fase faz parte do desenvolvimento humano, na qual a criança começa a ter vontade própria, como se vestir e tomar banho. No momento em que percebe isso, utiliza artifícios na busca por autonomia e identidade. Saiba como lidar com o seu filho durante a transição.
Características da crise dos dois anos
A psicóloga aponta alguns sinais possíveis de identificar, como por exemplo, quando a criança é contrariada pelos pais, tende a se atirar no chão, chorar, xingar, fazer birra. Para a profissional, essa é a fase em que o pequeno começa a perceber suas capacidades, assim como suas limitações.
Belinda lembra que também é nesse período que muitos pais pedem “socorro”, pois não entendem e não sabem lidar com o que está acontecendo. “Contrariamente a opiniões generalizadas de que o que falta para estas crianças é educação, há de se considerar que cada etapa do desenvolvimento humano possui suas peculiaridades”, explica.
No entanto, a profissional destaca que é necessário colocar limites, o que faz com que se sintam seguras. Por mais difícil que seja para os pais, eles devem ser compreensivos, tentando manter a calma, conversando.
A psicóloga aponta que o amadurecimento e desenvolvimento cognitivo, físico e emocional dos pequenos começa a expressar em seu comportamento a busca por independência. “Nesse momento, a criança está cheia de vontades, pois a fala e o caminhar dão a possibilidade de escolher se querem ou não algo. Aos poucos, vão se desapegando dos que até então é quem escolhiam por elas”, descreve.
Como lidar com a fase
Belinda ressalta que a crise dos dois anos é uma fase natural do desenvolvimento da criança e deve ser respeitada. Além disso, para a psicóloga, as descobertas da idade fazem parte de um desenvolvimento saudável.
Entretanto, se seu filho apresentar dificuldades em manter suas rotinas diárias no que se refere à alimentação, ao sono, às brincadeiras, ao convívio com familiares, entre outros estranhamentos, nesse caso deve-se procurar ajuda de um psicólogo.
A profissional aconselha os pais a desenvolver algumas estratégias, tais como uma brincadeira com fantoches, uma forma de se comunicar, de perceber erros, falar com a criança por meio do boneco. Ainda, é possível apelar para jogos e brincadeiras, que além de serem educativo, ajudam a aproximar pais e filhos.
Por outro lado, Belinda lembra que os pais devem agir com firmeza e não ter medo de dizer ‘’não’’. “Quando a criança bater no adulto, nada de revidar ou xingar, simplesmente pegue seu braço e diga que não pode fazer aquilo. Seja firme e mantenha a seriedade, pois às vezes a criança pode interpretar como uma brincadeira”, aponta.
Em todos os momentos da educação, mas principalmente na crise dos dois anos, a criança precisa entender que existem limites e quem os define são os pais e não ela. “Ajudá-las a passar por essa fase não significa fazer tudo que querem e sim procurar achar os caminhos certos e seguros para que possam fazer suas escolhas, até porque a criança precisa respeitar o adulto para que possa confiar nele”, pondera.
Além disso, a psicóloga não aconselha a passar por cima desse momento. Para ela, os pais precisam aceitar que, à medida que crescem, as crianças se tornam cada vez mais independentes, pois vão para o mundo e precisam de sua ajuda nessa longa jornada.
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