Novas evidências têm mostrado que o principal ingrediente psicoativo da maconha pode ser benéfico para tratar alguns problemas de saúde – trata-se do THC. Recentemente o canabidiol, outro componente da planta, causou bastante polêmica ao ter seu uso autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de algumas doenças.
O que é o THC?
O tetrahidrocanabinol é a substância química responsável pela maioria dos efeitos psicológicos da maconha. Ele age de forma bastante semelhante a substâncias químicas produzidas naturalmente pelo corpo. Os receptores canabinoides estão concentrados em determinadas áreas do cérebro ligadas a pensamento, memória, prazer, coordenação e percepção do tempo.
Acontece que há uma série de benefícios médicos associados – alívios de dores, náuseas e depressão, dentre outras doenças, estão entre os mais relatados. A investigação sobre o uso medicinal dessa substância começou décadas atrás, em Israel, e desde então espalhou-se para vários países em todo o mundo.
Apenas versões sintéticas desse produto químico têm sido legalmente prescritas. Uma delas é o Dronabinol, normalmente utilizada para tratar ou prevenir náuseas e vômitos relacionados a medicamentos para o câncer e para aumentar o apetite em pessoas com Aids – de acordo com o US National Library of Medicine.
Acredita-se que ela seja benéfica também para tratamento de epilepsia refratária, mal de Parkinson e esclerose múltipla.
Muitos estudos indicam ainda que essa substância possui propriedades anticancerígenas. Pesquisadores da Universidade Complutense, da Espanha, descobriram em 2009 que o tetrahidrocanabinol induziu a morte de células de câncer cerebral através de um processo conhecimento como “autofagia”.
Além disso, cientistas do Los Angeles Biomedical Research Institute (LA BioMed) sugerem que ela é capaz de ajudar a proteger o cérebro em casos de lesões cerebrais traumáticas.
Por que a substância foi liberada no Brasil?
Uma nova decisão Justiça Federal do DF autorizou a importação e prescrição médica de produtos que possuem o composto THC. Agora, o próximo passo é um parecer da Anvisa para que a substância seja retirada da lista das proibidas no País.
A partir daí, estará plenamente permitida a importação de medicamentos que contenham esse princípio ativo – mas apenas com propósitos medicinais e recomendação médica.
Em países como Canadá, Estados Unidos, Holanda e Israel, alguns tratamentos são possíveis através da planta “in natura” – e a decisão judicial inclui até mesmo essa possibilidade. Especialistas sugerem que esse foi um grande passo para a liberação da planta como forma de terapia.
Recentemente, uma outra substância da maconha saiu da lista de substâncias proibidas. Trata-se do canabidiol, que foi incluído no rol de substâncias de uso controlado pela Anvisa – isso significa que empresas podem produzir e vender remédios à base de canabidiol, mas para isso precisam ter registro nesse órgão.
Para conseguir esse tipo de medicamento, é preciso recomendação e prescrição médica. Ele é controlado e as farmácias estão autorizadas a comercializá-los apenas mediante apresentação de duas vias da receita médica.
Vale lembrar que os benefícios foram descobertos em apenas alguns elementos da planta. Fumar maconha ou usá-la para fins não medicinais continua sendo bastante prejudicial à saúde. Quando usada em demasia, ela pode, inclusive, levar à dependência e alterar memória e emoções.
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