Monitorado de perto por organizações e especialistas de saúde, o mosquito do gênero Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, causa preocupações. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), ele se espalhou por praticamente toda a América Latina e pelo Caribe, com casos já confirmados em países como Colômbia, Bolívia e Haiti.
De fácil adaptação, o inseto parece ter encontrado no continente um nicho perfeito para o seu desenvolvimento. Para os brasileiros, ele já é um velho conhecido, também vetor de transmissão de doenças como a dengue e a febre chikungunya.
Casos de zika vírus na América
Especialistas da OPAS acreditam que o zika vírus seja proveniente de ilhas do Pacífico e que chegou ao Brasil ainda em 2014. Apesar de não ser mortal, ele oferece um grande risco para gestantes, especialmente pela relação com a microcefalia – no Brasil, são mais de 3,5 mil casos registrados entre outubro de 2015 e janeiro deste ano.
Segundo o boletim informativo mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, foram notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde casos suspeitos de microcefalia em 720 municípios de 21 estados brasileiros. Dentre eles, Pernambuco lidera com 1.236 registros. Mas não é somente aqui que o mosquito age.
Na Colômbia, já foram registrados mais de 11 mil casos de contaminação. Na Bolívia também houve uma ocorrência, enquanto os cinco quadros confirmados de infecção no Haiti demonstram que o Aedes já está presente no Caribe.
De acordo com o Ministério da Saúde, já são 14 países que registraram surtos de microcefalia por conta do zika vírus. Mesmo o Departamento de Saúde da Flórida, nos Estados Unidos, também diagnosticou três pessoas com a doença – todos estiveram recentemente na Colômbia ou na Venezuela.
Isso logo após os Centros de Controle de Prevenção de Doenças americanos emitirem um alerta para que grávidas evitem viajar para destinos da América Latina e do Caribe. Além dos países já citados, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname e Venezuela também já tiveram casos confirmados.
Mosquito Aedes aegypti e microcefalia
Segundo as informações do Ministério da Saúde, a microcefalia é uma condição de malformação congênita, em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada. Cerca de 90% das ocorrências estão associadas ao retardo mental, com níveis de sequelas que variam.
Nos casos de microcefalia relacionados ao zika, foram registrados quadros graves e óbitos. Através da análise de quatro deles, especialistas constataram que os bebês foram infectados com o vírus ainda no útero. Dois dos casos terminaram em abortos espontâneos e outros dois na morte das crianças após o nascimento.
A recomendação atual é que as gestantes façam o pré-natal e todos os exames médicos previstos nessa fase, além de relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração percebida durante a gravidez. Outro ponto importante é reforçar a prevenção ao mosquito, usando repelentes indicados e evitando o acúmulo de água parada.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!