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Número de casos de caxumba aumenta no Brasil em 2016

Por Redação Fortíssima 18/05/2016

Depois de patologias como zika vírus, dengue e gripe H1N1 despertarem o alerta da comunidade médica, é a vez da caxumba preocupar. Só na cidade de São Paulo, o número de casos aumentou 568% no primeiro quadrimestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2015.

Na metrópole paulista, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, já foram registrados 275 casos da doença infectocontagiosa entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano. O número é equivalente ao total de registros em todo o ano passado. Mas não é só no Sudeste que a situação preocupa.

Em Porto Alegre, já haviam sido registrados 101 casos até o dia 17 de maio. Já em Curitiba, foram 342 até o fim de abril, enquanto em Goiânia teve 62 notificações até 16 de maio. As informações foram divulgadas pelas secretarias de saúde de cada um dos municípios.

Caxumba

Uma das características é o inchaço das glândulas parótidas. Foto: iStock, Getty Images

Causas e sintomas da caxumba

Se antes a caxumba era uma doença relacionada à primeira infância, hoje a situação é bem diferente. Entre os casos notificados no Brasil, muitos dos afetados são adolescentes em escolas e adultos. Por isso, ter atenção aos sintomas, à prevenção e ao tratamento da doença é importante em qualquer idade.

O médico Guilherme Bruno de Lima Júnior explica que a caxumba é uma infecção causada por um vírus. “Ela ocasiona inchaço das glândulas produtoras de saliva, as parótidas, que se localizam na frente das orelhas, logo acima da mandíbula”, informa.

Quando infectadas, algumas pessoas sequer desenvolvem sintomas, embora seja possível detectar a presença de sinais como febre, mal-estar, cansaço, dor no corpo, dor de cabeça e diminuição do apetite. Em geral, explica o especialista, após dois dias do início do quadro sintomático é que começa a ocorrer o característico inchaço das glândulas parótidas.

Diante de alguns surtos isolados no país, é importante ter atenção ao modo como a doença é transmitida. Segundo Júnior, ela ocorre por meio de gotículas da respiração, contato direto ou com as roupas da pessoa contaminada.

“Após a infecção, os sintomas iniciam em um período de 14 a 18 dias”, acrescenta. A caxumba tende a melhorar espontaneamente em cerca de duas semanas, mas também pode provocar outras complicações sérias, como inflamação dos testículos masculinos ou dos ovários femininos, podendo acarretar até em infertilidade.

Há ainda outros casos raros em que pode gerar um quadro infeccioso no cérebro e causar surdez. Mas mesmo os sintomas leves, como febre e mal-estar, causam incômodo e prejudicam sua produtividade, uma vez que exigem repouso na recuperação. Por isso, prevenir é a melhor escolha.

Prevenção e tratamento da doença

Para evitar a contração da caxumba, alguns cuidados são essenciais. Restringir o contato respiratório com pessoas contaminadas, lavar as mãos ou usar álcool gel diariamente são medidas simples, mas que fazem a diferença.

Há também a vacina conhecida como tríplice viral, administrada em duas doses e que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela está disponível gratuitamente para pessoas de até 49 anos de idade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação ao tratamento, não existe um remédio específico, embora algumas medidas possam ajudar a atenuar os sintomas. “Calor local sobre a área inchada por 10 a 15 minutos várias vezes ao dia ajuda a diminuir a dor e a febre, que também podem ser aliviadas com analgésicos comuns”, salienta.

Júnior sustenta que, durante o tratamento, a pessoa deve permanecer em repouso absoluto. O ideal é que mesmo o contato com o médico seja feito a partir de uma vista na sua casa, para evitar que a doença se espalhe.

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