Casais com dificuldade de engravidar já não precisam mais abandonar o sonho de ter filhos e construir uma família. Além dos inúmeros métodos de fertilização disponíveis no mercado, ainda é possível contar com a chamada barriga de aluguel.
A técnica voltou aos holofotes por conta do caso da atriz Adriana Garambone. Após sofrer dois abortos espontâneos e tentar a fertilização por cinco vezes, mas sem sucesso, foi assim que, há sete meses, Gael se tornou parte de sua vida.
A gestação por substituição, como também é conhecido o processo, aconteceu no Nepal. Em entrevista recente à revista Caras, Adriana revelou que suas tentativas anteriores a desequilibraram emocionalmente, mas que agora se sente realizada como mãe.
Como ocorre o processo de barriga de aluguel?
Ainda há muitas dúvidas sobre mitos e verdades que envolvem o procedimento conhecido como barriga de aluguel. Inicialmente, é válido lembrar que o processo ocorre quando uma mulher saudável, disposta a ajudar um casal a conceber um filho biológico deles, cede o seu útero para o desenvolvimento do bebê.
Segundo o médico urologista Edson Borges, especialista em medicina reprodutiva, a gestação por substituição implica na cessão temporária do útero para que o óvulo da mãe biológica, já fecundado com o esperma do pai, possa se desenvolver nos meses seguintes de gestação.
Ou seja, o material genético é do casal. Para o médico, o procedimento é mais indicado para mães que têm problemas de malformação uterina ou histórico de doenças graves no útero, que as impedem de manter uma gravidez. É indicado também para casais homoafetivos.
A partir da escolha pelo método, é feita a coleta dos espermatozoides e óvulos em laboratório. As próximas etapas consistem na inseminação in vitro, no implante dos embriões no ventre da barriga de aluguel e, por fim, na gestação.
Barriga de aluguel é alternativa para casais que não conseguem engravidar naturalmente. Foto: iStock, Getty Images
Gestação por substituição no Brasil e no mundo
A legislação que regulamenta a barriga de aluguel varia dependendo do país. No Brasil, lembra Borges, a gestante precisa ter de ter algum parentesco consanguíneo de até quarto grau com um dos parceiros que compõem o casal.
“Sendo assim, pode ser a mãe, a sogra, uma irmã, tia, prima – ou até mesmo uma amiga muito próxima ao casal, desde que obtenha a aprovação do Conselho Federal de Medicina”, pondera o médico. Em solo brasileiro, o procedimento só é permitido em casos de barriga solidária. Ou seja, não pode ocorrer remuneração.
Já em países como Índia, Inglaterra, Rússia, Ucrânia, Geórgia e Israel é legalizado tanto o processo solidário quanto o comercial. Porém, não é comum que a técnica seja liberada para estrangeiros, como no caso de Adriana.
Entre os que aceitam a gestação por substituição em pessoas vindas de outros países estão Estados Unidos, Canadá, Nepal e o estado de Tabasco, no México – o que justifica a procura dos brasileiros por essas regiões.
Nos Estados Unidos, por exemplo, nascem cerca de 750 bebês por ano através da barriga de aluguel. No Brasil, ainda não há dados consolidados, mas a agência internacional Tammuz, especializada no procedimento, informou que recebeu contato de 150 casais brasileiros só no início de 2015.
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