Quando pensamos em hábitos nocivos ligados a doenças cardiovasculares e pulmonares, é difícil não se lembrar do cigarro. Todo mundo sabe que fumar é prejudicial, mas não custa aproveitar o Dia Mundial Sem Tabaco e reforçar: segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), quase 6 milhões de pessoas morrem por ano devido ao fumo.
Criada há 28 anos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a data se tornou um símbolo do combate ao tabagismo. A proposta é destacar os riscos à saúde proporcionados pelo cigarro e instituir regulamentações eficazes para reduzir seu consumo. Neste ano, o foco da campanha é a padronização das embalagens.
Tabaco no Brasil: entenda a situação
O alto consumo do produto e a mortalidade decorrente das doenças relacionadas ao cigarro fazem do tabagismo um problema de saúde pública. Segundo as estimativas da OMS, há cerca de 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Deste total, 20,1 milhões são brasileiros.
Entre as 6 milhões de pessoas que morrem anualmente devido ao fumo, cerca de 600 mil são fumantes passivos. Se nada for feito, a previsão é de que, a partir de 2030, mais de 8 milhões de cidadãos morram por ano devido ao tabaco. Mas nem todas as perspectivas são negativas.
No Brasil, o número de fumantes foi reduzido nos últimos anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), desde 2005 o consumo de tabaco caiu cerca de 35% no país. A queda foi ainda mais acentuada a partir de 2011. Em 2015, o índice de consumidores de cigarros chegou ao seu mínimo: 14,2%.
Dados atualizados da Kantar Health, empresa que realiza pesquisas de mercado, demonstram que muitos já conseguiram se livrar do vício. Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Bem Estar sinalizam que 63% dos brasileiros nunca fumaram e que, dentre os que o fizeram alguma vez, 56% já conseguiram suspender o consumo de tabaco.
Não se pode ignorar, porém, que muitas pessoas ainda lutam contra o vício. A nicotina é a grande responsável pela dependência do cigarro. Ela estimula a produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores que causam sensação de prazer. Poucos segundos após a inalação, ela chega até chega ao pulmão e, a partir dele, atinge o sistema circulatório e o cérebro.
Em menos de uma hora, o corpo começa a sentir a falta desta substância, o que leva o indivíduo a querer fumar mais. “Parar é um grande desafio. Inicialmente, é necessário que o paciente queira isso. A motivação pessoal é muito importante”, sinaliza Tânia Pereira Ignacio, pneumologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
Atividades alusivas ao Dia Mundial Sem Tabaco
Já que a proposta do Dia Mundial Sem Tabaco é fomentar a conscientização sobre os riscos do tabagismo, há várias atividades programadas em alusão à data. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio, por exemplo, promove exames de saúde bucal, exibição de vídeos e peças teatrais, caminhadas e palestras em diferentes pontos da cidade.
A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba também organizou atividades como peças teatrais e apresentações de dança. Ela disponibilizará ainda testes de monoximetria (medida da concentração de monóxido de carbono) e espirometria (exame do pulmão).
Em outros pontos do país serão promovidas palestras com especialistas de saúde. Vale conferir o calendário da sua cidade e participar. Afinal, combater os efeitos negativos do cigarro é uma luta de todos.
E você, vai participar de alguma atividade do Dia Mundial Sem Tabaco? Conte para a gente nos comentários!