Qual critério você utiliza na hora de escolher os produtos no supermercado? Se a resposta for o valor calórico, saiba que essa não é a única informação que deve ser considerada. É necessário aprender como interpretar a tabela de calorias dos alimentos e os dados nutricionais do produto para ter a certeza de que ele oferece reais benefícios à saúde.
“Para fazer a melhor escolha dentre os produtos industrializados, é importante estar atento não só à tabela nutricional, mas também ao rótulo completo. Verificar a ordem dos ingredientes pode ser importante para saber se o produto apresenta qualidade nutricional ou se são apenas calorias vazias”, explica a nutricionista Fernanda Granja.
Aprender a ler os rótulos pode ter impacto direto na saúde. Foto: iStock, Getty Images
Tabela de calorias dos alimentos: como ler
De acordo com a especialista, na hora de interpretar o valor nutricional de algum produto, o ideal é ficar bem atento ao primeiro ingrediente descrito no rótulo, pois ele costuma ser aquele presente em maior quantidade.
A partir dessa constatação, a nutricionista compartilha um exemplo. “Se você compra um pão integral, mas na lista de ingredientes o primeiro item que aparece é farinha especial enriquecida com ferro e ácido fólico e não farinha integral, isso quer dizer que o pão não é tão integral assim”, sinaliza.
Segundo Fernanda, isso também vale para os sucos de caixinha ou barrinhas de cereais. Se o primeiro ingrediente do suco for açúcar e não fruta, vale repensar o consumo. De acordo com a nutricionista, isso é extremamente importante na hora de escolher o que você vai consumir. Portanto, atenção ao rótulo.
Outro item importante é a quantidade dos espessantes e conservantes da lista de ingredientes. “Quanto mais química o produto tiver, menos saudável ele é. Devemos procurar sempre os alimentos mais frescos possíveis. Isso reflete na saúde, no peso e no metabolismo de maneira geral”, sintetiza ela.
Há ainda uma última informação útil: a data de validade. Quanto maior ela for, mais conservantes o produto costuma ter. Ou seja, o ideal é comprar opções frescas. Elas duram menos, mas também são mais benéficas para o seu organismo.
Nutrientes e quantidades
Ao analisar as embalagens, além de analisar a tabela de calorias dos alimentos, é igualmente importante ficar atento aos principais componentes do produto e, claro, suas quantidades. Dentre os que merecem atenção extra, conforme destaca Fernanda, estão os carboidratos, as proteínas, as fibras alimentares, as gorduras trans e o sódio.
“Em relação às proteínas, carboidratos, fibras e gorduras totais, as quantidades variam para cada indivíduo. Não podemos especificar uma quantidade ideal. Cada pessoa tem uma necessidade e isso deve ser levado em conta quando se avalia um produto”, esclarece a nutricionista.
Um homem que quer ganhar massa muscular, por exemplo, pode comer um produto com 30 gramas de carboidrato por porção. Já um diabético deveria manter o nível em 10 gramas por porção. Ou seja, a análise é sempre muito individual. Mas quando o assunto são gorduras trans e sódio, a recomendação geral é: quanto menos, melhor.
“Para um produto ser ótimo ele deve conter zero gordura trans. Ela é encontrada em grandes quantidades nos alimentos industrializados, como as margarinas, cremes vegetais, biscoitos, sorvetes, salgadinhos prontos, produtos de panificação, alimentos fritos e lanches salgados que utilizam as gorduras vegetais hidrogenadas na sua preparação”, alerta.
Segundo a profissional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que não se consumam mais de duas gramas desse componente em dia. Por fim, ela enfatiza ainda a preocupação com o sódio, que pode provocar inchaço, retenção de líquidos e até aumento da pressão arterial.
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